quarta-feira, 10 de maio de 2017

Fátima: visões ou aparições?


Cónego José Manuel dos Santos Ferreira, Observador, 9 de Maio de 2017
Pároco de Santa Maria de Belém – Mosteiro dos Jerónimos

Pode haver visões ou aparições? Como se distinguem?
E que aconteceu em Fátima? Foram aparições
ou simplesmente visões?

O filósofo francês Jean Guitton (1901-1999), num livro intitulado Os misteriosos poderes da fé, escrito em diálogo com o jornalista e escritor Jean-Jacques Antier, (edição francesa de 1997 e tradução portuguesa de 2000), observa que as pessoas com fé tendem a admitir que as visões ou aparições são possíveis e que até já aconteceram muitas vezes, ao passo que os descrentes ou cépticos dirão que não têm qualquer consistência ou realidade, nem sequer podem existir. Para estes, aquilo a que chamamos visão ou aparição não é mais do que um estado doentio em que o protagonista se apercebe de uma sensação sem que esta tenha nenhuma causa real na sua origem. Para os crentes, porém, a aparição ou visão é uma experiência real (p. 283 da edição portuguesa).

Admitindo que possam existir, como se distinguem «visões» de «aparições»?

O mesmo filósofo distingue entre visões exteriores e visões interiores. «As visões exteriores, ou visões sensíveis, ou aparições, implicam a representação de uma entidade sobrenatural – por exemplo a Virgem Maria – sob uma forma perceptível aos sentidos». Aqui, «o objecto apresenta-se no espaço real e aqueles que acompanham o vidente podem vê-lo ou não. Pelo contrário, as visões interiores são circunscritas exclusivamente à consciência do vidente, e as eventuais testemunhas não as vêem» (p. 284).

A distinção essencial é, portanto, entre «visão interior, cujo objecto está circunscrito à consciência do sujeito, e a visão exterior (ou aparição), cujo objecto se apresenta sensivelmente no espaço real» (p. 285).

O teólogo francês Louis Bouyer, no seu Dicionário de Teologia, define assim o conceito de aparição: «Chama-se aparição a uma manifestação de Deus, dos anjos ou até de seres humanos que já morreram, (santos ou não), que se apresenta de uma forma que impressiona os sentidos». E conclui: «Deus, os anjos e os santos podem manifestar-se a nós, se tal for a vontade divina, tanto por uma simples impressão sobrenatural feita sobre a nossa imaginação, como pela apresentação objectiva aos nossos sentidos de uma realidade corporal ou material de origem milagrosa» (trad. espanhola de 1990, p. 84).

E em Fátima, para aqueles que acreditam, houve visões ou aparições?

O filósofo português Carlos Henrique do Carmo Silva, num artigo publicado por ocasião do 80.º aniversário dos acontecimentos de Fátima («Aparições e experiências místicas: reflexão sobre o fenómeno de Fátima e contributo para uma sua renovada meditação espiritual», Didaskalia, Lisboa 1998), caracteriza o que aqui aconteceu como «um celeste contacto» (p. 21), expressão que, só por si, alude à mesma «realidade objectiva» de que falam os autores anteriormente citados.

Uma aparição é, portanto, «um celeste contacto», que ali está, «no espaço exterior», sob a forma de «uma realidade corporal ou material», mas indubitavelmente – e nem poderia ser de outra maneira – «de origem milagrosa».

Assim sempre se considerou terem sido os acontecimentos de Fátima: isto é, «aparições», e não simplesmente «visões» da Virgem Santa Maria.

«Na idílica, porém rústica, paisagem da Cova da Iria, como já nos Valinhos, e no pastoreio a que se dedicavam Lúcia, Francisco e Jacinta, surgem recortes de uma outra Presença que lhes aparece e se torna sensível». Assim resume Carlos Henrique do Carmo Silva estes acontecimentos, fazendo notar logo de seguida que «se toma aqui a aparição não como uma visão (de diversas «imagens invisíveis», de um magma fantasmático, ou de uma clarividência confusa, semelhante à da consciência onírica…), mas na acepção do aparecer visível de uma figura, um recorte presencial que distintamente se sobrepõe ao regime do mundo da percepção habitual» (p. 37 e nota 82).

As aparições de Fátima são esta presença objectiva e exterior da Virgem, manifestada aos três Videntes, presença tão objectiva como a das árvores ou das casas, ou das próprias ovelhas que pastoreavam, distinta destas ou de quaisquer outras realidades, porém, por ser sobrenatural e de origem miraculosa.

Em sentido contrário, porém, temos um texto assinado pelo Cardeal J. Ratzinger, futuro Papa Bento XVI, ao tempo Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, sob o título de Comentário Teológico, e incluído num conjunto de Documentos sobre «A Mensagem de Fátima», com data de 26 de Junho de 2000.

O Comentário começa por recordar a distinção perfeitamente tradicional entre os três tipos de visões:

«A antropologia teológica distingue, neste âmbito, três formas de percepção ou «visão»: a visão pelos sentidos, ou seja, a percepção externa corpórea; a percepção interior; e a visão espiritual».

Mas, depois de ter reconhecido a existência de três tipos de visão, o Comentário limita consideravelmente o seu alcance, pois, segundo ele, quer a visão seja interna ou externa, o vidente deforma necessariamente o que viu.

O Comentário exclui em seguida categoricamente que os acontecimentos de Fátima (ou de Lourdes) possam ser visões exteriores ou sensíveis, e classifica-as deliberadamente entre as visões interiores:

«É claro que, nas visões de Lourdes, Fátima, etc., não se trata da percepção externa normal dos sentidos: as imagens e as figuras vistas não se encontram fora no espaço circundante, como está lá, por exemplo, uma árvore ou uma casa».

Para o provar, dá um exemplo que parece incontestável:

«Isto é bem evidente, por exemplo, no caso da visão do Inferno (descrita na primeira parte do «segredo» de Fátima) ou então na visão descrita na terceira parte do «segredo».

Mas também não se tratou de uma simples visão espiritual ou intelectual:

«De igual modo, é claro que não se trata duma «visão» intelectual sem imagens, como acontece nos altos graus da mística. Trata-se, portanto, da categoria intermédia, a percepção interior que, para o vidente, tem uma força de presença tal que equivale à manifestação externa sensível».

E acrescenta:

«Este ver interiormente não significa que se trata de fantasia, que seria apenas uma expressão da imaginação subjectiva. Significa, antes, que a alma recebe o toque suave de algo real mas que está para além do sensível, tornando-a capaz de ver o não-sensível, o não-visível aos sentidos: uma visão através dos «sentidos internos». Trata-se de verdadeiros «objectos» que tocam a alma, embora não pertençam ao mundo sensível que nos é habitual. (…) A pessoa é levada para além da pura exterioridade, onde é tocada por dimensões mais profundas da realidade que se lhe tornam visíveis».

E insiste:

(…) As imagens por eles [os pastorinhos de Fátima] delineadas (…) também não se hão-de imaginar como se por um instante se tivesse erguido a ponta do véu do Além, aparecendo o Céu na sua essencialidade pura, como esperamos vê-lo um dia na união definitiva com Deus».

O Comentário nega, portanto, a realidade dos fenómenos exteriores, e não vê, nas visões de Fátima, senão uma percepção interior dos videntes. Para ele, em Fátima como em Lourdes, as figuras vistas pelos videntes não se encontram exteriormente no espaço!

A descrição da Virgem pelas crianças não seria, portanto, mais do que uma imagem daquilo que eles captaram interiormente. Por outras palavras, Nossa Senhora não teria vindo a Fátima: os visitantes não tiveram senão uma percepção interior da sua presença.

Esta leitura do Cardeal Ratzinger pode ser contestada?

Pode, claramente, em primeiro lugar porque, embora seja um texto oficial da Congregação para a Doutrina da Fé, não é uma «Instrução» nem uma «Notificação», como tantas que o Cardeal Ratzinger assinou, recebendo depois a aprovação do Papa, que ordena em seguida a sua publicação. Veja-se como termina, por exemplo, uma «Instrução sobre as orações para alcançar de Deus a cura», publicada em 14 de Setembro de 2000: «O Sumo Pontífice João Paulo II, na Audiência concedida ao abaixo-assinado Prefeito, aprovou a presente Instrução, decidida na reunião ordinária desta Congregação, e mandou que fosse publicada».

Este modo solene de conclusão com a aprovação papal não existe neste caso, o que se compreende, porque o texto em apreço não pretende ser mais do que um «Comentário», que intencionalmente não se reveste de especial autoridade no âmbito do Magistério da Igreja. Será legítimo, portanto, se houver razões para isso, pensar de modo diferente ou até discordar sobre matérias que nele se abordam, sem prejuízo do grande respeito que nos merecerá sempre o seu Autor.

Julgo, porém, que existem muitas razões para discordar da classificação dos acontecimentos de Fátima neste género intermédio, isto é, como sendo simples visões interiores, ainda que genuínas e de origem sobrenatural.

A verdade é que a Ir. Lúcia era de uma opinião totalmente contrária: ela estava certa de ter visto realmente a Virgem Maria, como esperava um dia vê-la no Céu. Em 1924, na comissão de inquérito canónico, foi-lhe feita esta pergunta: «Tens a certeza de que viste realmente uma Senhora em cima da carrasqueira e de que não te enganaste?»

E Lúcia respondeu: «Tenho a certeza de que a vi e de que não me enganei; ainda que me matassem, ninguém me faria dizer o contrário».

«E quem era essa Senhora?»

Respondeu: «Antes de ela dizer que era a Senhora do Rosário, não sabia quem era; agora estou convencida de que era Nossa Senhora» (Documentação Crítica de Fátima, doc. 82, p. 324).

No decurso da sua vida, a Ir. Lúcia não teve só visões sensíveis ou aparições, mas foi sujeita aos três tipos de visões acima referidos. As inspirações que receberá do Céu em resposta às suas interrogações serão frequentemente uma percepção interior. Já a visão de Tuy (13 de Junho de 1929) deverá, pelo contrário, integrar-se no segundo tipo, pois a Ir. Lúcia diz que viu, e não há nenhuma razão para duvidar do seu testemunho. Mas as personagens ou objectos desta imagem não estavam presentes fisicamente, em particular Deus Pai: portanto, dificilmente pode tratar-se de uma visão sensível.

A visão do Inferno pode igualmente ser inserida nesta categoria, visto que, como nota o Comentário do Cardeal Ratzinger, o fogo não se ateou na Cova da Iria! Claro que o Inferno não esteve, fisicamente, diante dos pequenos videntes: eles viram-no graças àquela luz que emanava das mãos da Virgem.

Mas o facto de a visão do Inferno ser da categoria das visões imaginativas, não prova que o resto da visão o seja, pois, como diz Adolfo Tanquerey, numa obra clássica sobre o assunto, nada impede que haja diversas percepções diferentes no decurso de uma mesma aparição. Esta dupla percepção já se produziu, aliás, na primeira aparição de 13 de Maio de 1917. Pelo reflexo vindo das mãos da Virgem, os pastorinhos viram-se em Deus: esta visão é muito provavelmente uma visão interior, que vem acrescentar-se à visão sensível da Senhora. Nas aparições de 1917, é fácil discernir as visões interiores, pois elas são precedidas de um gesto de abertura das mãos da Virgem e por um raio de luz que emana das suas mãos, como para materializar a graça da visão dada.

Mas as visões de Nossa Senhora são seguramente visões sensíveis. É seguro que a Virgem Maria apareceu aos pastorinhos sob uma forma exterior sensível. O carácter ofuscante das aparições é também uma prova da realidade do corpo glorioso da Santíssima Virgem. A Lúcia foi muitas vezes obrigada a baixar os olhos, tão viva era a luz que emanava da Virgem. O Cón. Formigão perguntou-lhe:

– Por que razão não raro baixas os olhos deixando de fitar a Senhora?

– É que ela às vezes cega (Documentação Crítica de Fátima, p. 58)

Na narrativa que fez da aparição de 13 de Outubro, disse:

«Veio no meio dum esplendor. Desta vez também cegava. De vez em quando eu tinha de esfregar os olhos» (J. de Marchi, Era uma Senhora mais branca que o sol, p. 177).

Também os fenómenos físicos que acompanharam os acontecimentos de Fátima e foram observados por numerosas testemunhas, não podem ser frutos de uma visão imaginativa. O seu número é impressionante. Esses fenómenos exteriores manifestam sem qualquer dúvida possível a presença efectiva de uma pessoa celeste.

Não só os videntes, mas também muitos daqueles que tiveram a graça de assistir (exteriormente) às aparições observaram esses fenómenos físicos, e isto em todas as aparições e não somente por ocasião do Milagre do Sol. Em parte nenhuma fora de Fátima, a Virgem rodeou a sua vinda e autenticou a sua presença de tantos sinais tão extraordinários. E essas testemunhas eram particularmente numerosas: cerca de 50 na 2.ª aparição, 4 000 na 3.ª, 18 a 20 000 na 4.ª, 25 a 30 000 na 5.ª e cerca de 70 000 na última, estando alguns por vezes a vários quilómetros do lugar das aparições!

Por ocasião dos acontecimentos de Fátima, as testemunhas mais próximas puderam observar diversos fenómenos dificilmente atribuíveis a visões interiores. Mas outros fenómenos puderam ser observados por um grande número de testemunhas exteriores.

Foram eles os seguintes:

I – Relâmpagos, que sempre antecedem as Aparições. Trovões, no momento preciso da Aparição, ou no seu termo, e cuja origem parecia provir da azinheira.

II – Curvatura do arbusto, como se tivesse estado coberto por um manto, e com as folhas todas inclinadas na mesma direcção (na segunda Aparição).

III – Perfume, de essência nova e desconhecida, evolando-se do ramo da azinheira cortado dos Valinhos, e sentido pela senhora Maria Rosa e circunstantes, após a quarta Aparição.

IV – Nubescente globo luminoso, avançado de Este para Oeste, e deslizando majestosamente através do espaço, até tocar a azinheira (na quinta Aparição).

V – Nuvem branca ou matizada, e de vista agradabilíssima, que várias vezes se formou em torno dos Videntes, com vaporizações de fumo ascendente até cinco ou seis metros de altura. E, isto, por três vezes bem distintas, na mesma Aparição.

VI – Chuva evanescente de rosas, com rosinhas brancas, maiores vistas de longe, e que, pouco a pouco, se vão tornando mais pequenas, com o aproximarem-se do chão, até desaparecendo de todo.

VII – Diminuição da luz solar em pleno meio-dia, sem nuvens nem eclipses. Viam-se a Lua e as estrelas. Este fenómeno verificou-se em todas as Aparições, à excepção da última. Quanto à primeira Aparição, não se sabe.

VIII – Milagre do Sol, que, segundo os testemunhos, consta de três fases:
  • a) O Sol torna-se opaco, com reflexos de madrepérola; pode-se fixar sem dificuldade, havendo ausência absoluta de nuvens e de eclipse;
  • b) Irradiações de cores, com rotação em feixes irisados que se difundem por todo o céu, semelhantes a fogo-de-artifício,
  • c) Movimento do disco solar, como que aumentando, ao princípio e dando a sensação de se precipitar sobre a terra; em seguida, movimento de translação do disco sobre o firmamento, de relance, tanto em linha retilínea, como quebrada.
«Em geral, podemos dividir, em duas classes, todos estes fenómenos: a primeira consta de fenómenos instantâneos; a segunda, de fenómenos estáveis. Os primeiros foram os relâmpagos e os trovões; os segundos, todos os outros. Compreende-se desta forma que Fátima se tenha imposto e triunfado…» (Sebastião Martins dos Reis, «Síntese crítica de Fátima», Junta Distrital de Lisboa, Boletim Cultural, 1987/68. p. 86-88).

O Cardeal J. Ratzinger foi eleito Papa em 2005. O seu pensamento sobre Fátima mudou?

Os seguintes pronunciamentos falam por si:

1. «Decorre hoje o nonagésimo aniversário das APARIÇÕES de Nossa Senhora em Fátima. Com o seu veemente apelo à conversão e à penitência é, sem dúvida, a mais profética das APARIÇÕES modernas. Vamos pedir à Mãe da Igreja, Ela que conhece os sofrimentos e as esperanças da humanidade, que proteja nossos lares e nossas comunidades». (Papa Bento XVI, 13/5/2007)

2. «Prova disto mesmo é este lugar bendito. Mais sete anos e voltareis aqui para celebrar o centenário da primeira VISITA feita pela Senhora «vinda do Céu», como Mestra que introduz os pequenos videntes no conhecimento íntimo do Amor Trinitário e os leva a saborear o próprio Deus como o mais belo da existência humana.» (Papa Bento XVI, 13/5/2010)

3. «Com a família humana pronta a sacrificar os seus laços mais sagrados no altar de mesquinhos egoísmos de nação, raça, ideologia, grupo, indivíduo, VEIO DO CÉU a nossa bendita Mãe oferecendo-Se para transplantar no coração de quantos se Lhe entregam o Amor de Deus que arde no seu. Então eram só três, cujo exemplo de vida irradiou e se multiplicou em grupos sem conta por toda a superfície da terra, nomeadamente à passagem da Virgem Peregrina, que se votaram à causa da solidariedade fraterna. Possam os sete anos que nos separam do centenário das APARIÇÕES apressar o anunciado triunfo do Coração Imaculado de Maria para glória da Santíssima. (Papa Bento XVI, 13/5/2010)

4. «O meu pensamento vai para Nossa Senhora de Fátima, de quem hoje recordamos a última APARIÇÃO. À Celeste Mãe de Deus vos confio, caros jovens, para que possais generosamente responder à chamada do Senhor.» (Papa Bento XVI, 13/10/2010).





terça-feira, 9 de maio de 2017

É bom conhecermos a verdadeira Marine Le Pen (2): influências maçónicas


https://www.youtube.com/watch?v=gi5405Bs7xc&feature=youtu.be






É bom conhecermos a verdadeira Marine Le Pen (1): abortista

A eurodéputée Sophie Montel do FN, que preside ao groupe frontistea no Conselho Regional de Bourgogne-Franche-Comté, pronunciou um discurso centrado no «direito das mulheres», apoiando o aborto:

«Nous ne faisons pas du vieux conservatisme en reprenant à notre compte des combats d'arrière-garde. Nous sublimons la femme, nous défendons la libre disposition de son corps qui passe naturellement par la sanctuarisation de la contraception et la non-remise en cause de l'avortement. Oui, mes amis, le Front national défend le droit de la femme à disposer de son corps.»

Marine Le Pen e a eurodéputée Sophie Montel do FN, que preside
ao groupe frontistea no Conselho Regional de Bourgogne-Franche-Comté

«Tens razão, Sophie» — exclama Marine

Sophie Montel foi aplaudida por parte da sala e assobiada por outra. Esta passagem soa a ataque a  Marion Maréchal-Le Pen, sobrinha de Marine Le Pen, e que tem sobre este assunto uma posição totalmente contrária.  Marion  refere-se à «banalização do aborto».

No seu discurso, Marine Le Pen disse a Sophie Montel: «Tens razão, Sophie».