quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016


Zita Seabra mais papista do que o papa.

A ela não lhe basta a verdade...


Heduíno Gomes


Aqui também muito mais papista do que o papa
(diz quem a conheceu por essas bandas...).

Zita Seabra publicou no Observador  um artigo intitulado À sombra de Putin: o encontro do Papa Francisco com o Patriarca Russo Kiril, onde demonstra mais uma vez conviver mal com a verdade, neste caso com a verdade histórica. Faceta já revelada no seu Foi Assim... – título que deu ao seu propriamente «não foi nada disso...» –, confirma-a mais uma vez no artigo em questão. Aqui, metendo papa, ela pretende ser mais papista do que o papa. No caso, mais anticomunista do que o anticomunismo. Fica-lhe bem – pensa ela – exibir a despropósito a sua nova e legítima opção política (terá propriamente alguma?), dando uma facadinha por omissão na história.

Ora bem. Imputa ela ao comunismo a responsabilidade da submissão da Igreja Ortodoxa Russa ao Estado. Ela está simplesmente a parecer esquecer-se de que os comunistas apenas continuaram a situação que herdaram do czarismo. O controlo da Igreja Ortodoxa Russa pelo comunista KGB (para usar a designação mais conhecida da instituição do tempo de Lenin) apenas sucede ao controlo da czarista Okhrana, desde 1881. E já antes desta data o controlo da Igreja Ortodoxa Russa era formalmente exercido pelos czares.

Então porque será que Zita Seabra omite a verdade? Simplesmente por exibicionismo anticomunista. Não lhe basta ser hoje anticomunista. Ela sente necessidade de exibir o seu anticomunismo. Ela teria de atribuir em exclusivo aos comunistas a façanha do controlo da Igreja russa. Talvez para parecer boazinha aos olhos das velhinhas que convence com as suas histórias. Mais anticomunista do que o anticomunismo. Mais papista do que o papa.





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