terça-feira, 22 de dezembro de 2015


Eslovénia rejeita em referendo

casamento entre pessoas do mesmo sexo


Mais de 60% dos eslovenos rejeitaram hoje em referendo uma lei que autorizava o casamento entre pessoas do mesmo sexo, aprovada em Março no Parlamento, segundo os resultados quase definitivos divulgados pela comissão eleitoral.

O referendo foi realizado por iniciativa dos opositores do casamento homossexual, que obtiveram 63,12% quando estavam contados 96% dos votos, enquanto os apoiantes da lei ficaram com 36,88%, de acordo com os resultados.

A votação contou apenas com a participação de 35,65% dos eleitores, mas mesmo assim o referendo é válido, dado que só necessitava de uma participação de 20%.

No Parlamento, a lei alcançara uma larga maioria, com o apoio da esquerda e do partido centrista do primeiro-ministro, Miro Cerar, reconhecendo aos casais do mesmo sexo os mesmos direitos dos casais heterossexuais, incluindo o direito de adopção, o ponto mais contestado pelos opositores.

O Papa Francisco defendeu esta semana o «não», convidando os eslovenos a «apoiarem a família, estrutura de referência da vida em sociedade».

Os defensores do «não» eram apoiados pela oposição de direita e pela Igreja católica e lançaram este processo conseguindo reunir as 40 mil assinaturas necessárias para a realização de um referendo de iniciativa popular.

A organização do referendo suspendeu a aplicação da lei e não chegou a realizar-se qualquer casamento ao abrigo da mesma.

O Primeiro-Ministro e o Presidente da Eslovénia, Borut Pahor, apoiaram o «sim».






quinta-feira, 17 de dezembro de 2015


Como irão contar o Natal

aos vossos filhos e netos


Nuno Serras Pereira

(Ilustrações da responsabilidade da redacção)

Estava Jerusalém inundada de luminárias que faziam da noite, dia, quando sobre ela se abateu uma escuridão sombria, trevas tremendas e pavorosas, das quais se arrancavam guinchos lúgubres, gritos lancinantes, sonoras iras raivosas entoando: glória a lúcifer nas profunduras e prazer irrestrito aos homens de vontade autónoma; anunciamo-vos uma grande dor, nasceu-vos hoje um desprotegedor, que o será para todo o povo; isto vos servirá de sinal, encontrareis um menino, adorado por um homem e pela mulher.


Imediatamente, os sacerdotes do género e os príncipes dos ambientalistas acorreram aos campos até encontrarem num estábulo tudo como lhes tinha sido dito. Os géneristas escandalizados com aquela discriminação claramente homofóbica, logo substituíram o homem por uma mulher, mas ao saberem que a primeira era Virgem, prontamente a vituperaram e expulsaram por constituir um péssimo e devastador exemplo para toda a gente ao renegar tão obstinadamente os ensinamentos dos doutores do género – havia a máxima urgência em retirar a criança àqueles pais, uma vez que era óbvia a sua incapacidade de lhe assegurarem uma formação sexual adequada, livre de preconceitos e discriminações.


Os príncipes dos ambientalistas, por seu turno, ao repararem na vaca, cuja emissão de gazes intestinais constituía um factor alarmante para o aquecimento global e consequente iminente fim do nosso planeta, logo dela se apoderaram para a matar ali mesmo, oferecendo-a como um sacrifício propício à mãe terra, intentando aplacar assim a sua ira – é certo que houve uma grande disputa até tomarem a resolução, pois alguns advogavam que se não se podia matar cães (dentro ou fora de canis), muito menos uma vaca, uma vez que era muito maior pois, de facto, argumentavam, se todos podemos fulminar melgas por serem pequenas, então não se pode aniquilar um bovino por ser muito maior; os sectários da matança do boi (pois, uma vez que a identidade de género não passa de uma construção social, tanto monta uma nomeação feminil como masculina) convenceram, no entanto, os seus adversários, provando que o impacto ambiental do cão era insignificante em comparação com a vaca.

Quanto ao burro, que tinha suportado tão grandes humilhações, sendo compelido violentamente, como se fora uma mísera besta, a percorrer tão longo caminho, suportando a intolerável carga, daqueles humanos – os terríveis predadores da natureza –, a mãe grávida e seu filho, era absolutamente imperativo reconhecer a sua eminente dignidade divina, para reparar uma injúria tão blasfema e sacrílega. Por isso, encaminhando-o para fora daquele reles presépio, de pronto lhe construíram um altar, adorando-o e ofertando-lhe oblações e sacrifícios dignos de tão magnificente divindade, a qual correspondia aos louvores e adorações com jubilosos zurros. Exaustos da cerimónia orgiástica, o frenesim foi diminuindo até que se dirigiram de novo ao presépio onde depararam com gentes esfarrapadas entoando, diante da criança envolta em paninhos, uma estranha antífona: Baixíssimo, impotente, grosseiro escravo,  a ti todo o aviltamento, o desprezo, a desonra e toda a maldição. A ti só, baixíssimo, se hão-de prestar e todo o ser humano é digníssimo de te nomear.

De súbito, um estardalhaço de trovão ribombante atroou os campos articulando palavras retumbantes: Sou o vosso Deus, o vosso Pai, que vos tem conduzido através da história operando prodígios de amor e Este é o Meu Filho humanado que vos enviei para vos resgatar.


Imediatamente, à uma, os sacerdotes do género e os príncipes dos ambientalistas desataram numa gritaria estridente enquanto tapavam os ouvidos, não fossem escutar blasfémias maiores.

Espumando raivas incontidas e ódios viscerais desenfaixaram a criança e enquanto o faziam os príncipes dos ambientalistas logo pontificaram que a ser verdade ou ao menos que houvesse uma suspeita razoável da criança ser deus incarnado seria então necessário condená-lo, sem demora, à morte, uma vez que esse deus era malvado, um perigo extremo para o desenvolvimento sustentável.  Não tinha ele arrasado as fertilíssimas terras de Sodoma e de Gomorra, tornando-as totalmente estéreis e matando toda a fauna marítima no mar, que por isso mesmo se chama morto? A esta indignação se ajuntou a ira descontrolada dos sacerdotes do género, acusando esse deus de homofobia, de discriminação, de coração duro, mente fechada, alheio a qualquer tipo de misericórdia.


Entretanto, desenfaixada a criança, verificaram se tratava de um varão, de um menino. Este horror veio irritar e transtornar ainda mais os sacerdotes do género, que, imediatamente, em cóleras desenfreadas acusaram a divindade de ser uma fraude, um resquício de uma projecção patriarcal, pois era evidente que o verdadeiro deus, caso se fizesse homem traria no seu corpo simultaneamente todas as características da sua identidade, a saber, lgbtqi. Aliás, a única divindade era a terra e os que naquela diversidade a habitavam.

Sem mais hesitações, num arrebatamento de indignação, desfizeram a manjedoura, e aproveitando os pregos e as tábuas da mesma, com ela formaram uma pequena cruz. Unanimemente o consideraram culpado, um engano do maligno, e todos concordaram que deveria ser crucificado. Como os pregos se mostraram demasiado grossos para prender os pulsos e os pés do Menino, arranjaram uns alfinetes especiais que serviam o propósito. Alguns dos que o escarneciam, impacientes com a demora da sua morte, recorreram a um canivete suíço para lhe trespassar o coração, do qual brotou sangue e água.

Verificada a sua morte, todos se regozijaram e a celebraram com um grande banquete, pois tinham conseguido salvar o planeta e o prazer promíscuo sem freio.








quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

terça-feira, 15 de dezembro de 2015


Breve esclarecimento sobre o texto

Misericonsideração


Nuno Serras Pereira, 12 de Dezembro de 2015

Tenho vindo a receber as mais diversas reacções ao artigo que vos enviei intitulado Misericonsideração. Sobre o mesmo direi somente o seguinte:

1. O texto é ficcional;

2. Com ele pretendi, pintando a traços largos, mostrar que a «lógica» que preside à pretensão de conceder a Sagrada Comunhão aos validamente casados pela Igreja que se divorciaram civilmente e também civilmente «recasaram» conduz necessariamente a concedê-la também às personagens cujo drama desenhei em traços breves;

3. Com isto não quero significar que os casos sejam iguais, mas sim que aquele caminho conduzirá inevitavelmente a uma abertura «inclusiva» (como hoje impropriamente se usa dizer na Igreja) que admita a um grande número de pessoas que vivem numa diversidade enorme de situações;

4. A) Alguns opinaram que era um ultraje ao Santo Padre imaginá-lo (não se diz que se trata de Francisco, nem que foi um pronunciamento Magisterial) dizendo que aquela «família» dava um grande testemunho – somente um delírio psicótico ou uma alucinação patológica é que poderia parir tal fantasmagoria pavorosa, disforme, monstruosa; B) Mas, «contra-ataco», dizei-me com toda a franqueza e honestidade: porventura alguém ao longo de 2014 (dois mil e catorze anos) de Catolicismo imaginou a possibilidade de que um Papa, proclamasse aos quatro ventos (neste caso através da comunicação social) o que Francisco advogou, a propósito dos «casados divorciados recasados» numa entrevista em Dezembro do ano passado ao jornal argentino La Nación, a saber: «¿Por qué no pueden ser padrinos? ‘No, fijate, qué testimonio le van a dar al ahijado’. Testimonio de un hombre y una mujer que le digan ‘mirá querido, yo me equivoqué, yo patiné en este punto, pero creo que el Señor me quiere, quiero seguir a Dios, el pecado no me venció a mí, sino que yo sigo adelante’. ¿Más testimonio cristiano que ése?» Como comentei na altura:

Por outras palavras, talvez cruas mas verdadeiras, continuo  a fornicar adulteramente com aquele que não é meu marido, mas o pecado não me venceu. Aliás, transformou-se num modelo de testemunho cristão. Adeus arrependimento, adeus conversão, coisas inúteis e perniciosas, pelos vistos. Um Papa, afirmando isto de pessoas que vivem em estado objectivo de adultério, foi coisa que nunca pensei ouvir (e isto aterra-me ao ponto de pedir ao Senhor que se tem um lugar no Purgatório para mim, me leve antes de que venha a topar com uma decisão nesse sentido). Vive objectivamente em pecado, nele permanece e nada faz para mudar e diz que não foi vencida pelo pecado! E a Santa Igreja confirma-a no seu perverso erro! Se eu fora um demónio, exultaria de alegria … ! É obra!, se não lesse não acreditaria! A não ser, claro, que Francisco subscreva, o que me parece impossível, a heresia de Kasper, em contradição flagrante com as afirmações de Deus feito homem de que é uma injúria dizer que os «divorciados recasados civilmente» vivem em estado de adultério. De facto, só será possível advogar tal tese se se considera que não existem pecados sexuais quando entre adultos e consentidos (o que significaria a rendição da Igreja à revolução sexual); ou então que o casamento civil, e, talvez, a geração de filhos nesse pseudocasamento, têm o mesmo efeito que a Confissão Sacramental e que o Sacramento do Matrimónio. Uma vez que a Doutrina de Cristo na Sua Igreja sempre ensinou que os pecados graves, para os baptizados, exceptuado o perigo de morte iminente, só se perdoam pela Confissão Sacramental, teríamos aqui um novo Sacramento, não instituido por Cristo, mas sim por W. Kasper.;

5. Quando grande parte de católicos, mesmo comprometidos, não se choca, nem estranha, o estado calamitoso das «pregações» contínuas de grandes eminências eclesiais, a elas se habituando e conformando, cuidei que uma «sátira» os despertasse  para a gravidade do que se está a passar. Infelizmente, parece que muitos não o entenderam. E, pela Graça de Deus, assanharam-se contra mim o que me dá uma enorme alegria por poder participar na Cruz de Nosso Senhor;

6. Com isto termino. Atendendo a declarações de várias conferências episcopais, de Cardeais, de bispos designados por este Papa, de alguns teólogos, em particular de não poucos jesuítas, a Igreja deveria dar a Sagrada Comunhão a todos sem excepção – Católicos ou não, uma vez que a Igreja tem de ser inclusiva, não excluindo a ninguém e já que desconhece as intenções do coração de qualquer pessoa e a sua culpabilidade subjectiva, que só Deus pode julgar (exceptuando, claro está, os que Francisco julga, porque se escondem atrás da doutrina para fazerem uso da sua soberba), todas elas podem estar na Sua Graça, pelo que a Sagrada Comunhão a ninguém deve ser negada, mas antes distribuída à toa. Afinal, segundo testemunhos de sacerdotes e amigos que colaboraram de perto com o então Cardeal Bergoglio, seria isso, a crer nas suas versões, que ele recomendaria aos padres que fizessem.





domingo, 13 de dezembro de 2015


A misericórdia segundo Bergoglio


Misericonsideração


Nuno Serras Pereira

Tiveram um namoro sério e demorado, sem nunca se terem antecipado aos actos próprios do casamento. Um amor sereno e profundo pedia a entrega total no matrimónio. Assim acabou por ser. Após a celebração do Sacramento, para o qual se tinham preparado com esmero, e das bodas entregaram-se inteiramente no acto conjugal, que incarnou o que tinha sido celebrado na Igreja. Aquele abraço tão íntimo, tão entusiasmante, como que pedia um terceiro, que o amor é por natureza difusivo. Sentiam-se naquela comunhão de amor envoltos por uma multidão de Anjos e penetrados de uma Paternidade transcendente, infinita e vivificante. Nove meses depois acolheram com uma alegria de êxtase aquele que sendo embora um, em que eles estavam e se reviam, entendendo melhor o significado de serem uma só carne, um que era a união dos dois, era também outro diferente, único e irrepetível. Não estiveram com vagares para baptizá-lo, pois sabiam que este Sacramento não só apagava o pecado herdado, chamado original, mas conferindo a Graça o arrancava às mãos sedutoras e sinistras do Maligno, fazendo-o participante da natureza Divina, Filho de Deus, irmão de Cristo, templo vivo do Espírito Santo.

Nesse mesmo dia, no final da cerimónia, ajoelharam-se diante de Jesus Cristo Ressuscitado, presente no Sacrário, e juraram-Lhe solenemente que nunca se deixariam, pois não só acharam oportuno renovar os votos matrimoniais mas também porque não queriam de modo nenhum que seu filho não fosse acompanhado e educado pelos pais que o geraram. Estavam bem cientes do traumatismo que sofreria seu filho caso se divorciassem.

Deram muitas graças e louvores a Deus quando seis meses depois, tendo ela acolhido aquele presente, aquela marca de amor, que o marido numa entrega da totalidade do seu ser, do seu corpo e alma, correspondido evidentemente por ela, veio a tornar-se grávida em virtude da nova geração de uma pessoa humana. Mais tarde vieram a saber que era uma filha, o que lhes deu também grande regozijo. No entanto, a gravidez foi considerada de risco, uma vez que havia grandes probabilidades de nascimento pré-termo, o que poderia significar um aborto espontâneo. Por isso, o médico ginecologista informou-os, que para garantirem a sobrevivência da bebé, teriam de se abster do acto conjugal, recomendando ainda à mãe repouso e quietação. Esta, não sei ao certo se pela mesma causa começou a sentir enjoos, tédios prolongados, algumas impaciências e acessos de ira desusados, apetites bizarros e outras coisas que deixavam o marido perplexo e abatido. Não só se sentia desamparado por falta daquele apoio que em partilhas íntimas habituais com sua mulher o sossegavam nas suas inquietações, o esclareciam nas confusões e o energizavam nos seus desânimos. Depois, aquele jejum prolongado da entrega corpórea-espiritual no acto conjugal, a que se tinha habituado, provocava-lhe uma aridez, uma secura, um aborrecimento feito rebeldia, embora a procurasse conter.

Ora sucedeu que, em virtude da reorganização laboral da empresa, lhe foi destinada uma colega que, independentemente da sua, dele, vontade o deixou em polvorosa, como que se desencadeou uma híper-produção de hormonas animalescas, instintivas, que o deixou literalmente desvairado. Tudo nela, o mais pequeno gesto, um olhar insignificante, a voz na mais pequena observação o deixava excitado, com um ímpeto, que com enorme esforço refreava, sentia que ela era um imã poderosíssimo que o atraía invencivelmente. Ao sair do trabalho procurava esquecê-la, mas era inútil, pois que ela como que tinha entrado na sua cabeça, na sua imaginação, no seu peito, enfim sentia-se dominado, desejava ser seu escravo.

Um ou outro dia almoçavam juntos com outros colegas, no entanto, sucedeu, que tendo estes de viajar por razões de trabalho, se viram a almoçar só os dois. Ela desabafou mágoas, e como as confidências convidam a confidências também ele acabou por se expandir. Dali brotou uma cumplicidade afectiva que veio a desembocar em fornicações adúlteras. Ele confessava-se, arrependido, ao sacerdote da sua paróquia, tanto mais que continuava a amar perdidamente a mulher e a prole. Este confortava-o, dava-lhe bons conselhos, lembrava-lhe a gravidade do adultério, a ofensa para com Deus, o bem infinito e a alegria total que o esperava no Céu, caso fosse fiel, ou o mal horrendo da condenação eterna no Inferno.

Entretanto sucedeu que a sua concubina engravidou de gémeos. Ela ficou esfuziante, ele assustado, mas passado o impacto conformou-se contente, afinal eram seus filhos, e depois, apesar de em nada, assim o achava, ter diminuído o amor por sua esposa, o afecto que tinha por esta tinha vindo a crescer cada vez mais com o tempo.


Terminada a fase da amamentação da filha de seu casamento, propôs a sua esposa que se divorciassem pelo civil argumentando com as facilidades económicas que lhes trariam vantagens. Tratados os papéis, não passou muito tempo até casar pelo civil com a mãe dos gémeos, entretanto já nascidos. Entendia que tinha deveres imperativos de justiça para com ela e seus filhos, sabendo embora que os tinha também, e em primeiro lugar, para com a esposa e filhos. O sacerdote que antes o admoestava em relação ao adultério passou a sugerir-lhe e a acompanhá-lo nestas decisões. Porque, segundo ele seria uma injúria farisaica considerar que ele vivia, nestas circunstâncias, em adultério. Aliás, aconselhou-o mesmo a viverem todos na mesma casa mantendo a relação carnal com ambas, para não injustiçar nenhuma. A concubina, agora elevada à categoria de esposa, achou muito bem, pois ela sabia que nunca o tinha tido exclusivamente para si. Quanto àquela com quem se matrimoniara, ele não tinha dúvidas de que apesar de ser um choque para ela vir a saber a verdade, amava-o tanto e era tão fiel aos seus juramentos que acabaria por aceitar a solução. O tal padre, confessor dele, que os tinha casado e por quem ela tinha um enorme respeito e amizade fez-lhe uma prédica pessoal sobre a Misericórdia de Deus, aplicando-a ao assunto em questão. Todos ficaram a saber que se poderiam confessar e comungar à vontade, continuando a viver assim e mais ainda vivendo todos numa mesma casa para uma comunhão maior entre toda a família. Entretanto nasceram mais filhos dele e de ambas. Entretanto o Pároco fê-los leitores e ministros da Comunhão e pediu-lhes que fossem padrinhos de baptismo de algumas crianças pobres. Tornou-se, enfim, uma família exemplar que o Papa recebeu no Vaticano, apontando-os como um grande testemunho.




quarta-feira, 9 de dezembro de 2015


Sobre o Informe final do Sínodo 2015


A Relatio Finalis [informe final] do Sínodo 2015 adoptada pelos padres sinodais representa uma enorme melhoria relativamente ao desastroso Instrumentum Laboris [documento de trabalho] que foi a base para o Sínodo. A tremenda diferença entre os dois documentos ilustra como foi fundamental a onda de críticas a nível mundial que surgiram contra as tentativas dos bispos «progressistas», animados pela maçonaria eclesiástica, para a destruição total da doutrina e da moral cristãs.

O resultado do Sínodo não foi bom mas os bispos «progressistas» e a maçonaria eclesiástica, que pretendiam ainda pior. Ficaram estes a perder e ficaram a perder a doutrina e a moral cristãs.

Isto significa que os católicos não podem parar de lutar em defesa da doutrina cristã e dos valores cristãos pois tudo permanece ambíguo e o inimigo interior não desarma.


George Weigel

Diferencias considerables, considerable mejora.

Cargado como estaba de sociología, y no muy buena sociología, el documento de trabajo era, en más de unos cuantos puntos, difícil de reconocer como un documento de la Iglesia. El informe final es claramente un documento eclesial, un producto de la meditación de la Iglesia sobre la Palabra de Dios, entendida como la lente a través de la cual la Iglesia interpreta su experiencia contemporánea.

El documento de trabajo era bíblicamente anoréxico. El informe final es ricamente bíblico, incluso elocuentemente bíblico, como corresponde a un encuentro del Sínodo en el quincuagésimo aniversario de la conclusión del Concilio Vaticano Segundo y su Constitución Dogmática sobre la Revelación Divina, «Dei Verbum».

A veces, el documento de trabajo parecía casi avergonzado de la asentada doctrina de la Iglesia sobre la indisolubilidad del matrimonio, sobre las condiciones necesarias para la recepción digna de la Sagrada Comunión, y sobre las virtudes de la castidad y fidelidad. El informe final reafirma la doctrina de la Iglesia sobre el matrimonio, Sagrada Comunión, y la posibilidad de vivir virtuosamente en el mundo post-moderno. Y lo hace sin reparos, incluso cuando llama a la Iglesia a una proclamación más efectiva de la verdad lo lleva como patrimonio del mismo Señor Jesús, y a un mayor cuidado pastoral de aquellos con circunstancias maritales y familiares difíciles.

El documento de trabajo silenciaba virtualmente el don de los hijos. El informe final describe a los hijos como una de las mayores bendiciones, alaba las familias grandes, tiene cuidado de honrar los niños con necesidades especiales, y eleva el testimonio de parejas casadas felices y fructíferas y a sus hijos como agentes de evangelización.

El documento de trabajo hizo una especie de discusión a fondo de la conciencia y su papel en la vida moral. El informe final hace un mucho mejor trabajo explicando lo que entiende la Iglesia de la conciencia y su relación con la verdad, rechazando la idea que la conciencia es una especie de facultad sin ataduras de la voluntad que puede funcionar como el equivalente de la carta «Queda libre de la cárcel».

El documento de trabajo estaba lleno de ambigüedades sobre la práctica pastoral y su relación con la doctrina. El informe final, aunque no está libre de algunas ambigüedades, deja claro que el cuidado pastoral debe empezar de una base de compromiso con la enseñanza asentada de la Iglesia, y que realmente no hay algo como «opción de Catolicismo local», en términos de soluciones regionales/nacionales a los desafíos o soluciones parroquia por parroquia [en el original pone patish-by-parish, no he logrado encontrar el significado del término patish, creo que es una errata y quería decir parish-by -parish]. La Iglesia continúa siendo una Iglesia.

El documento de trabajo también era ambiguo en la descripción de «familia». El informe final subraya que no es posible trazar analogías entre lo que entiende el Catolicismo por «matrimonio» y «familia» y otros arreglos sociales, no importa su estatuto legal.

Misericordia y verdad a veces parecían en tensión en el documento de trabajo. El informe final es mucho más desarrollado teológicamente al relacionar misericordia y verdad en Dios, y entonces inseparables de la doctrina y práctica de la Iglesia.

El documento de trabajo no era una gran cosa desde el punto de vista literario y era algo más que laborioso de digerir. El documento final es bastante elocuente en un número de puntos y enriquecerá las vidas de los que lo lean, aunque muchos quizás no estén de acuerdo con una u otra formulación.

En resumen, el informe final, aunque no sin defectos, va mucho más lejos –y a años luz más allá del «Instrumentum Laboris»– en aquello que el Papa Francisco y muchos padres Sinodales querían hacer en este proceso de dos años: elevar y celebrar la visión Católica del matrimonio y la familia como una respuesta luminosa a la crisis de estas instituciones en el siglo veintiuno.

Trasfondo y oportunidades perdidas

El Sínodo-2015 también ha traído a la luz varios problemas serios que deben ser tratados mientras la Iglesia se mueve más allá de los Sínodos gemelos de 2014 y 2015, con el informe final del Sínodo-2015 como marco de trabajo para una reflexión adicional (y para el que sea el documento post-sinodal que el Papa Francisco eventualmente elija emitir).

El primero de estos problemas podría llamarse uno de digestión teológica y pastoral. Fue dolorosamente claro en más de unas pocas intervenciones en la asamblea general del Sínodo –y de alguno de los informes de los grupos de discusión del Sínodo basados en la lengua– que amplios sectores de la Iglesia mundial no han ni siquiera empezado a interiorizar la enseñanza de la «Familiaris Consortio» (la exhortación apostólica de 1981 de Juan Pablo II que completa el trabajo del Sínodo de la Familia de 1980), mucho menos la Teología del Cuerpo de Juan Pablo. Peor, algunas partes de la Iglesia Europea occidental parece que consideran cualquier referencia a este material como trillado sin esperanza, incluso si solo tiene algo más de treinta años. El entusiasmo con el que la Teología del Cuerpo fue recibida en las partes más alerta de la Iglesia en Norte América ha sido ciertamente parte de la discusión en el Sínodo-2015; pero queda mucho trabajo por hacer para que esta única perspectiva Católica sobre corporalidad, sexualidad y amor humano dé frutos pastorales en América Latina y Europa.

Todavía, quizás no sorprende que lleva tiempo arraigar la enseñanza genuina que ensancha y desarrolla la tradición Católica; estas cosas siempre llevan tiempo. Pero dada la velocidad con el que le cambio cultural (o deconstrucción cultural) está invadiendo el mundo occidental, ciertamente cabe esperar que las iglesias locales que todavía no han hecho uso de estos recursos aprieten el acelerador.

El Sínodo 2015 habría sido más honesto si hubiese sacado a la superficie el duro hecho de que el asunto de la comunión y de la conciencia a menudo funcionan como pretexto de los episcopados, normalmente desde el mundo germano-hablante, que quieren olvidar la «Humanae Vitae» y deconstruir la «Veritatis Splendor». Esas partes del Iglesia mundial nunca han perdonado a Pablo VI por reafirmar en la «Humanae Vitae», la visión clásica de los medios apropiados para regular la fertilidad. Tampoco han perdonado a Juan Pablo II el rechazo de la teología de la moral proporcionalista de grandes figuras teológicas alemanas como son Bernard Häring y Joseph Fuchs e insistir, en la «Veritatis Splendor», que algunos actos son, en y por ellos mismos, gravemente malos («malum in se»). Un prominente padre sinodal del catolicismo germano-hablante incluso fue tan lejos para sugerir, en un entrevista antes del Sínodo 2015, que siempre se podía encontrar algo bueno en todas las situaciones, que «malum in se» no tiene sentido real en nuestro mundo. (Uno inmediatamente piensa en violaciones, tortura de niños, tráfico sexual de chicas, crucifixiones y decapitaciones de cristianos por el ISIS, y se pregunta que pasa con esta notable afirmación).

Además del orgullo intelectual que he notado como un problema en estas luchas, uno tampoco puede dejar de preguntarse sobre una cierta ceguera de la historia. La desintegración del tejido moral de Occidente está dirigiendo, paso a paso, a lo que Benedicto XVI acertadamente llamó la «dictadura del relativismo» –el uso del poder coercitivo del estado para imponer a fondo un código moral relativístico en toda la sociedad. ¿Por qué prominentes obispos gemano-hablantes no pueden ver esto?

Otro trasfondo en los debates del Sínodo 2015 ha sido una cuestión tan vieja como la controversia entre Agustín y Pelagio –y probablemente mucho más vieja que esa: ¿Somos pecadores necesitados de redención, o somos básicamente buenas personas que pueden, por nuestros propios esfuerzos, empujarnos a nosotros mismos a la nobleza a la que aspiramos? La última opción ahora viene empaquetada como «individualismo expresivo» - el término usado por el catedrático de derecho de Notre Dame Carteer Snead, en observaciones comunicadas esta semana en «Letter to the Synod» [en www.firstthings.com], para resumir la noción post-moderna de la persona como simplemente un manojo de deseos,una voluntad corporal. Es bastante malo, como el catedrático Snead dijo, cuando cinco jueces del Tribunal Supremo de EE.UU. creen en esto y lo usan para encontrar «derechos» en la constitución que habrían sido inimaginables para los que la escribieron y adoptaron ese texto y sus enmiendas. Es mucho más que malo cuando uno encuentra obispos católicos que viran en una dirección similar, equivocada, actuando bajo presiones culturales que parece que estén creando un sentido de desesperación pastoral. Aquí hay, entonces, otro asunto que necesita ser examinado seriamente en la Iglesia post-Sínodo 2015.

Finalmente, y a pesar de todas las cosas buenas del informe final, es una lástima que un Sínodo que pretendía cambiar el mundo ha acabado siendo una batalla sobre cambiar la Iglesia o permanecer fiel a su doctrina constitutiva y formal. Esto no es, uno espera, lo que el Papa Francisco quería, pero es lo que ha ocurrido, y que en sí misma ha sido una oportunidad perdida. También sugiere que la pasión por una «Iglesia permanentemente en misión» de la cual habla el Santo Padre todavía tiene que ser comunicada a algunos sectores muy importantes de la Iglesia mundial.

Una Iglesia vuelta en sí misma no es la Iglesia de la Nueva Evangelización. Queda para los que están comprometidos con el renacimiento evangélico del Catolicismo en el siglo veintiuno enlazar la familia a la misión más estrechamente de lo que ha hecho el Sínodo 2015.


Publicado en First Things, traducido por Josep Maria Fontdecaba Climent, del equipo de traductores de InfoCatólica.





sábado, 5 de dezembro de 2015


Os deputados e ex-deputados do PSD e CDS

em conluio com o lóbi dos invertidos



Alguns ainda não saíram do armário,
votam abstenção, mas nenhum é de confiança.

Impõe-se a depuração das fileiras.


PPD-PSD
Ana Oliveira
Ana Sofia Bettencourt
Ângela Guerra
António Leitão Amaro









António Lima Costa
António Rodrigues
Berta Cabral
Cristóvão Norte









Duarte Marques
Firmino Pereira
Francisca Almeida
Hugo Soares









Inês Domingos
João Prata 
Joana Barata Lopes
Luís Menezes









Maria José Castelo Branco
Margarida Balseiro Lopes
Mónica Ferro









Nuno Encarnação
Odete Silva
Paula Cardoso
Paula Teixeira da Cruz









Pedro Pinto
Rubina Berardo
Sérgio Azevedo
Simão Ribeiro









Teresa Leal Coelho
Vasco Cunha










PP
Adolfo Mesquita Nunes
Ana Rita Bessa
Assunção Cristas
Francisco Mendes da Silva








João Rebelo
Teresa Caeiro