sábado, 24 de maio de 2014

Excomungada líder da seita europeia
de heréticos «Nós Somos Igreja»


O grupo «Nós Somos Igreja» é uma seita europeia de heréticos que, dizendo-se católicos, pretendem subverter a Igreja nos seus princípios e na sua prática. Promovem o esquerdismo, o feminismo, o homossexualismo, a subversão da liturgia, etc.

Martha Holzer, a feminista alemã que chefia a seita, foi automaticamente excomungada, juntamente com o seu marido Gert, por simular a missa, informa a agência de notícias alemã Kath.net. Os Holzers faziam regularmente um ritual caseiro de simulação da missa católica.

Os Holzers emitiram um comunicado dizendo que ficaram «imensamente chocados» pela sanção disciplinar. Ora, a simulação de um sacramento é um delito grave no direito canónico, e a pena é a excomunhão automática. O bispo Manfred Scheuer, de Innsbruck, declarou que os Holzers são os próprios  responsáveis pela sua auto-excomunhão.

Se alguma coisa há a estranhar no caso é não terem sido excomungados há mais tempo.





O cardeal Kasper contra o magistério da Igreja
e ao lado de heréticos


Kasper a indicar o caminho do inferno.

O cardeal Walter Kasper, na sua mais recente visita a New York, para promover a publicação do seu livro Misericórdia, voltou a fazer uma série de declarações ambíguas e confusas, muitas delas opostas ao magistério da Igreja.

Nessa ocasião, Kasper manifestou as suas divergências com a Congregação para a Doutrina da Fé e com o seu prefeito, o cardeal Gerhard Ludwig Müller, no que diz respeito às freiras dissidentes. Kasper manifestou a sua solidariedade com a teóloga feminista Elizabeth Johnson, já repreendida pela Conferência Episcopal Norte-Americana, e com Elisabeth Schussler Fiorenza, professora da Harvard Divinity School, bem conhecida pelas suas heresias.

Em 20 de Janeiro de 2014, o Papa Francisco convocou um consistório extraordinário, preparatório do Sínodo para as Famílias, em que o único orador foi Kasper.

Entretanto, o cardeal Camilo Ruini declarou, à La Stampa, que a grande maioria dos cardeais presentes no consistório de 20 de Fevereiro (cerca de 85 por cento) expressou opiniões contrárias às teses do cardeal Kasper. Depois desse consistório extraordinário, os cardeais Gerhard Ludwig Müller, Carlo Cafarra, Walter Brandmüller, Angelo Bagnasco, Robert Sarah, Giovanni Battista Re, Camillo Ruini, Velasio De Paolis e Raymond Burke manifestaram os seus profundos desacordos com o cardeal alemão Kasper.





sexta-feira, 23 de maio de 2014

Ainda o 25A

Comemorações


Jaime Nogueira Pinto, Jornal Sol, 15 de Maio de 2014

 Uma das consequências desta espécie de epidemia mental que se abateu sobre Portugal e a Europa sob a forma do pensamento único universal e correcto foi a exclusão da ideia da política como poder, como debate, como decisão e escolha do bom governo para a comunidade.

Na esquerda, a fórmula do pensamento único é a proclamação do fim da política pela sua redução aos direitos económicos universais e absolutos para todos.

A questão de como continuar a prometer esse «país da Cocanha» de abundância e tolerância totais numa economia-mundo que a própria esquerda idealizou não se põe. A retórica é que tal só não acontece por imposição de uns tenebrosos oligarcas financeiros, apoiados pelos seus cúmplices no poder – os políticos e as políticas «de direita» – que sonham escravizar os pobres e reduzir à pobreza a classe média.

À direita, ou entre essa «direita» festiva que por aí pontifica, oriunda da esquerda arrependida e veneradora do dinheiro, a política também não se ocupa do poder, do Estado, da nação, da comunidade. A política é não haver política, é reduzir à economia e à gestão todos os problemas políticos. É deixar os mercados funcionar e ver que tudo se arranja através das operativas mãos invisíveis.

Estas tendências mais uma vez se confirmaram nas comemorações do golpe de Estado do MFA: a esquerda veio para a rua lamentar-se de que as «conquistas» de Abril tenham atirado, quarenta anos depois, o país para o desemprego e para o salário mínimo mais baixo da Europa Ocidental – e inferior, com a correcção monetária, ao dos tempos da «ditadura»; e os devotos da «Comunidade internacional», de que o salazarismo nos separava, gritaram palavras de ordem patrióticas, com os comunistas e os bloquistas a exaltarem a soberania e a independência nacional.

A tal direita da mão invisível, a direita libertária, que andava oprimida há quarenta anos, veio também, não sei se hipócrita se estupidamente, celebrar Abril, misturando com outras libertações a «restauração democrática» (como se os democratas da Primeira República alguma vez respeitassem a liberdade dos seus adversários políticos monárquicos, católicos ou nacionalistas).

Há quarenta anos, o golpe militar pretoriano e o ensaio da revolução socialista que se lhe seguiu tiveram duas consequências: uma foi, no final de um complexo PREC, a criação de uma democracia liberal com objectivos constitucionais socializantes, a democracia em que vamos vivendo; a outra, muito mais importante politicamente, foi a redução do poder nacional, com a perda do Império e com os custos económicos que vieram da socialização violenta do 11 de Março e do «espírito socialista» da Constituição.

Com estas perdas, perdemos – perdeu o país – a capacidade económica para pagar um Estado Social e garantir a independência financeira perante o exterior.

É esta a segunda parte da história que os comemoracionistas não querem reconhecer – por burrice ou conveniência.





Aspectos da oposição do «bando de Argel»
ao Estado Novo III


João J. Brandão Ferreira

Pessoas amigas alertaram-me, entretanto, para o perigo de que o desconhecimento e ingenuidade de muitos concidadãos, ignorância da História Pátria, aliados à muita desinformação veiculada pelos órgãos de comunicação social e agentes políticos, na actualidade, podem levar a que os menos avisados possam acreditar na veracidade da totalidade dos textos transcritos. Nada, porém, pode estar mais longe da realidade. Aqui fica o aviso que deve sobretudo ser tido em conta, relativamente ao que era dito quanto à guerra que travámos em África durante 14 anos.

*****

Eis o 3.º texto lido em 12/12/1965, com o título «De Vento em Popa».(2)

«O Almirante Henrique Tenreiro, tipo bem acabado, pertence ao grupo daqueles tantos que fazendo-se passar por fervorosos nacionalistas e insignes patriotas, outra coisa não têm feito que não seja governar-se e bem, à custa da miséria do povo português.

Membro da direcção do partido único e do comando da Legião Portuguesa, deputado dessa caricatura que entre nós se chama Assembleia Nacional, negoceia na Soponata com seu dilecto cunhado Ortins de Bettencourt.

O Almirante comanda navios pacíficos que transportam petróleo. Mas o Tenreiro não se fica por aqui. Ocupando um elevado posto na nossa Marinha de Guerra, navega de Grémio para Grémio e assina o … organismo que superintende no bacalhau … da sardinha, onde não chega o Tenreiro de olho vivo à espera da … o Almirante decidiu ocupar a ponte de comando de tudo quanto diz respeito a peixe e por isso mesmo lá está no cimo da Comissão Central das Pescarias.

E a «Gelmar» que vende peixe congelado é uma sociedade onde se ocupa o Almirante peixeiro.

Isto é uma pequena amostra, porque o Tenreiro tudo espreita e em tudo consegue ganhar bom dinheiro aproveitando-se de todas as ocasiões porque na realidade para ele, tudo quanto vem à rede é peixe.

Só não lhe interessa a pesca desportiva à linha porque essa habitualmente é pouco rendosa. E são tantas ou tão poucas as negociatas em que este tubarão anda metido que Sua Excelência, o Almirante sem esquadra, tem para o seu trabalho particular, nada mais nada menos que quatro secretários: Sr. Rocha, o Sr. Edgar, o Sr. Dr. Silveira e o Sr. Barrete.

Vive à larga este cavalheiro, numa bela residência em Lisboa e dispõe de cinco motoristas: o …. , o José Augusto, o Carlos que o transporta no carro do Grémio e o outro Carlos que o costumava levar no automóvel, quando em serviço da Legião Portuguesa.

Este Almirante, pescador de águas turvas e além doutras possui fabulosas fortunas, à custa daqueles que na faina da pesca arriscam a vida no mar, dependendo de todos quantos rouba e explora e por isso mesmo, além de possuir guardas de polícias de segurança pública à porta, anda permanentemente escoltado por agentes da PIDE, destacados expressamente para esse serviço. Comanda esse grupo de …. O chefe de brigada Jaime e os agentes são os seguintes esbirros, José Ribeiro, António de Oliveira e José Lopes.

Tal como os «gangsters» americanos, o Sr. Tenreiro Almirante sem marinheiros e que para vergonha sua apenas comanda legionários coxos e … faz-se guardar por homens da mesma quadrilha, neste caso a PIDE.

Claro que um cavalheiro de negócios deste quilate tem que ter uma intensa vida de sociedade e, de quando em vez, tem de apaparicar aqueles que com ele se governam também ou ocupam postos influentes onde aquele se serve para levar a bom termo os seus desonestos interesses, enfim o chamado tráfico de influências.

Para isso jantaradas em sua casa. As mais concorridas, servidas por criados de ..ção e libré e quase todas abrilhantadas com gogorjeios e afamados fadistas acompanhados à guitarra para que o ambiente seja postiçamente portugûes, nos salões da residência deste português desnaturado.

A esses banquetes, como convidados de sempre, estão Ulisses Cortês, Ministro das Finanças, o Antunes Varela, Ministro da Justiça, o Quintanilha e Mendonça Dias, Ministro da Marinha, os Comodoros Henrique Jorge, Valente Raso, Duarte Silva, o General Abreu de Loureiro, Marcelo Caetano, Adriano Moreira, enfim tudo quanto há de melhor.

Frequentemente estes festivos saraus de jantar são abrilhantados com a presença garbosa e alegre do Almirante Américo Tomás, membro já muito antigo da quadrilha do Tenreiro.

Até os fadistas se calam. O Tomás com a sua facilidade de frase, com a sua inteligência fulgurante e com a sua conversa variada actua como se fosse um hipnota (sic) põe todos os assistentes a dormir e o Tenreiro, espertalhão e desonesto, tudo isto suporta, mesmo a mediocridade inferior de um pobre de espírito e tipo de atrasado mental que só o fascismo poderia fazer Presidente da República.

Mas isso para o Tenreiro são pequenos nadas e o que pretende é que continuem os seus rendosos negócios sem atritos, sem tempestades, porque marinheiro de água doce não suporta as tempestades. Assim quer ter na mão aqueles que lhe interessam para não fazerem ondas.

«FPLN – Frente Patriótica de Libertação Nacional – a frente de combate do nosso povo.»

*****

Eis o 4.º texto lido a 11/09/1965, intitulado «A criminalidade em Portugal».(3)

«Portugal tem sido varrido nestes últimos tempos por uma onda de crimes de toda a espécie – assaltos à mão armada, roubos, ataques a mulheres isoladas, crimes de morte.

Os jornais diários têm assinalado o número e a frequência invulgar desta variedade de crimes, mas no que não tem falado é nas possíveis razões desse aumento de criminalidade.

É sabido que as guerras provocam geralmente o recrudescimento sensível da delinquência, e não é certamente por acaso que em Portugal o aumento da criminalidade se tem vindo a verificar desde o começo das guerras coloniais que têm propagado através de indivíduos que se prestaram a sádicos crimes de guerra contra populações africanas com desprezo pela vida e pelos direitos de cada um.

Quais não serão os efeitos dessa escola de criminosos que são as guerras e a opressão colonial, se pensarmos que vivemos há 39 anos sob a ditadura fascista?

Porque a ditadura fascista é sinónimo de violências, de perseguições, de assassínios contra o próprio povo português. A ditadura fascista é a corrupção da máquina administrativa, dos abusos de poder, o tráfico de influências, as arbitrariedades, as traficâncias de toda a espécie.

A ditadura fascista é … de venalidade, de desvergonha que semeia a insegurança e a … por toda a parte.

No nosso país, todo o egoísmo e crueldade da lei da terra começa pela instigação desmoralizante do fascismo, e só acabará, disso tenham eles a certeza, pela força revolucionária e justiceira do povo honesto e trabalhador.

Os assassinos andam em liberdade em Portugal. E alguns, como sucedeu com os assassinos do médico Ferreira Soares, foram considerados não culpados por um tribunal.

O Governo admite a tortura e o crime político. O Governo admite que a polícia faça fogo sobre os estudantes nas ruas de Lisboa.

Os fascistas ensinam a violência, semeiam a violência. Se há criminosos no governo não admira que a criminalidade aumente.»


(2) Arquivo do MDN, Fundo 5/23/8/13.

(3) Fundo 5/23/79/12, do Arquivo do MDN.





terça-feira, 20 de maio de 2014

Cenas de senadores


Paulo Morais, Correio da Manhã

Senadores. Os políticos assim designados e aparentemente os mais credíveis são em geral os mais perigosos. Estão com um pé na política e outro nos negócios. Traficam influências.

António Vitorino, o todo-poderoso ex-comissário europeu, é o mandatário do PS às eleições europeias. O seu principal adversário, Paulo Rangel, é seu sócio na sociedade de advogados Cuatrecasas, Gonçalves Pereira. Vitorino rejubila: seja qual for o resultado, quem ganhará nas europeias é a sua sociedade de advogados e os seus negócios.

Outro socialista, Luís Amado, participa na organização da próxima cimeira da CPLP, onde se decidirá a admissão à organização da Guiné Equatorial; cujo presidente, o ditador Obiang, será accionista de referência do Banif, banco a que preside Amado. Pela mão deste, o capital de Obiang no Banif constitui a jóia de entrada da Guiné Equatorial na CPLP.

Em todos os partidos do arco do poder há senadores. Os social-democratas Ferreira do Amaral e Valente de Oliveira estão agora ao serviço das empresas que detêm as parcerias público-privadas rodoviárias. As mesmas PPP que eles ajudaram a criar, enquanto ministros das obras públicas, desde a ponte Vasco da Gama às famosas ex-SCUT.

Ostentam também o estatuto de senador os mais famosos advogados-políticos lusitanos. Participam em programas de «opinião»; em rádios e televisões, em defesa dos interesses que servem. Lobo Xavier analisará o orçamento de estado, em função da influência que este tenha nos negócios do BPI, de que é administrador; ou das consequências nas PPP, já que também administra o grupo Mota-Engil.

O advogado socialista Vera Jardim está na mesma lógica, pois preside ao BBVA e a sua sociedade de advogados é a que mais factura com os concessionários das PPP.

Os senadores estão ao serviço do capital, qualquer que seja a sua origem. Proença de Carvalho emite as opiniões que interessem ao presidente angolano Eduardo dos Santos.

Eduardo Catroga e Rui Vilar prestam vassalagem, no sector eléctrico, aos ditadores chineses.

A marca comum destes senadores é uma falsa seriedade, que aparentam com ar circunspecto. Mas atenção: ser sério não é ser sisudo. Ser sério é ser honesto.





domingo, 18 de maio de 2014

Os heróis do cavaquismo

O elevador secreto de Valentim Loureiro



Valentim Loureiro, conhecido por «Capitão Batata», como é público, foi uma vergonha de militar, acabando por ser com desonra expulso do Exército. Mas foi readmitido e promovido a major pelo de má memória Conselho da Revolução, que só fez coisas destas a Portugal. Depois o «Capitão Batata» meteu-se na política e no futebol para aí também fazer das suas.

Apesar da vergonha que é a sua biografia,
«Capitão Batata» foi condecorado por Cavaco em 1990.

Eis aqui uma parte das aventuras do «Capitão Batata» como presidente da Câmara de Gondomar, descritas na imprensa.

L. L.



Passados cem dias de mandato, os novos autarcas começam a deitar as mãos à cabeça com as heranças que receberam. O novo presidente da Câmara de Gondomar, por exemplo, descobriu um elevador secreto, deixado por Valentim Loureiro.

Quando Marco Martins tomou posse, o difícil foi não esbarrar em situações insólitas. Primeiro, o gabinete de Valentim Loureiro estava transformado num bunker, onde poucos alguma vez haviam entrado.

Em quase duas décadas, o anterior presidente só por duas vezes se terá deslocado ao bar do edifício camarário e «para reclamar com os funcionários», conta-se.

Valentim tinha um elevador secreto e exclusivo cujo código de acesso era a sua data de nascimento que ligava directamente a um parque de estacionamento para os automóveis do presidente e da filha, ex-vereadora. Para trás, Valentim deixara também o fax com a respectiva lista de contactos, que iam de dirigentes do mundo da bola a pessoas com quem tinha negócios.

Mas o filme apenas começara. Ao longo das semanas que já leva de mandato, Marco Martins descobriu viaturas velhas da autarquia por abater, «nas quais já haviam nascido pinheiros», uma frota automóvel com uma idade média de 22 anos e gastos de milhares de euros em aplicações informáticas que nunca foram instaladas ou usadas.

Soube, também, que umas moradias em banda, vandalizadas e destruídas, afinal pertenciam à Câmara, e que o erário público também continuava a pagar o arrendamento de um mercado provisório, num terreno onde, desde 2011, já não existia nada.

Um heliporto, orçado em 92 mil euros, foi também construído junto do IC29 e de um hospital, mesmo depois do pedido de licenciamento ter sido chumbado pelo Instituto Nacional de Aviação Civil.

«Processos judiciais em que a autarquia é ré, são cerca de 400, mas ainda não estão quantificados os valores», refere o autarca, que herdou uma dívida de 145 milhões de euros, contas ainda por baixo, «pois espero mais surpresas».

Não fosse Marco Martins bombeiro voluntário e dir-se-ia que Gondomar tem demasiados fogos para apagar. «O que me salva é ter subido degrau a degrau, na vida autárquica e ganho experiência a partir de uma freguesia. Caso contrário, estava tramado.»

E agora pergunta-se: este senhor não vai preso?


Ver ainda:


http://visao.sapo.pt/o-elevador-secreto-de-valentim-loureiro-e-outras-bizarrias-autarquicas=f766518