quinta-feira, 18 de abril de 2013

«Graças a Deus, sou ateu!»


Heduíno Gomes

O surrealista pessoal do Cachimbo de Magritte, com a superioridade intelectual que lhe conhecemos (é pena ser tão pouco aproveitado!), ostenta em epígrafe que o blogue «Não tem uma ideologia e desconfia de ideologias.»

Mas, ao mesmo tempo, esse pessoal diz-se — superiormente — liberal.

Então em que ficamos? O liberalismo é ou não uma ideologia? Têm ideologia ou não? Só terão ideologia quando lhes convém para se dizerem liberais?

Ou o liberalismo será apenas assim uma coisa como ser sportinguista, benfiquista ou alpinista. Não será um sistema de ideias — filosófico, político e económico, entre outras coisas — ?

É que, com o demagógico e primário conceito de ideologia que utilizam, até parecem aqueles ateus que dizem «Graças a Deus, sou ateu!»




terça-feira, 16 de abril de 2013

Os bons critérios de recrutamento de políticos


Era uma vez um rei que queria ir pescar.

Ele chamou o seu meteorologista e pediu-lhe a previsão do estado do tempo para as próximas horas.

Este assegurou-lhe que não iria chover.

... Como a noiva do monarca vivia perto de onde ele iria, ele colocou o seu fato mais elegante.

No caminho, ele encontrou um camponês montando o seu burro que viu o rei e disse:

— «Majestade, é melhor regressar ao palácio porque vai chover muito.»

É claro que o rei ficou pensativo:

— «Eu tenho um meteorologista muito bem pago que me disse o contrário. Vou seguir em frente.»

E assim fez ... e, claro, choveu torrencialmente.

O rei ficou encharcado e a namorada riu-se dele ao vê-lo naquele estado.

Furioso, voltou para o palácio e despediu o seu empregado.

Ele convocou o camponês e ofereceu-lhe o trabalho de meteorologista, mas este disse-lhe:

— «Senhor, eu não entendo nada disso, mas se as orelhas do meu burro estão caídas, significa que vai chover.»

O rei contratou o burro.

Assim começou o costume de contratar burros, que desde então têm as posições mais bem pagas no governo…