sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Conservar o latim ajudará as futuras gerações
a conhecerem a fé — afirma autoridade vaticana


O professor Ivano Dionigi, designado pelo Papa Bento XVI como presidente da nova Pontifícia Academia de Latinidade, afirma que o seu trabalho servirá para dar respostas às gerações do futuro perante qualquer dúvida de fé. 
O Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi, e o Secretário de estado Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, apresentaram no Palácio São Pio X, no Vaticano, a nova Academia de Latinidade. 
Para instituir o novo organismo, no dia 10 de Novembro, o Papa Bento XVI emitiu a Carta Apostólica em forma de Motu Proprio «Latina Lingua». O seu objectivo é promover e valorizar a língua e a cultura latina. 
No dia 22 de Novembro, o Prof. Dionigi, Reitor da Alma Mater Studiorum (a Universidade de Bolonha), explicou em entrevista que, embora os textos clássicos sejam sempre os mesmos, cada época tem as suas próprias perguntas, e conhecer o latim ajudará a dar respostas à nossa fé, seja qual for a época. 
A Academia de Latinidade dependerá do Pontifício Conselho da Cultura e será formada por um máximo de 50 membros — académicos e estudiosos da matéria, nomeados pelo Secretário de Estado Vaticano, enquanto a nomeação do Presidente e do Secretário competirá ao Papa. 
Ao instituir a academia, Bento XVI disse que desde o Pentecostes, a Igreja falou e orou em todas as línguas dos homens, e, entretanto, as comunidades cristãs dos primeiros séculos usaram amplamente o grego e o latim para a comunicação universal no mundo em que viviam. Graças a isso, levaram assim às novas gerações a Palavra de Cristo. 
O Prof. Dionigi expressou que é importante que o latim seja profundamente conhecido, especialmente nas escolas e universidades religiosas, para assim poder «criar um laço entre estas disciplinas da história, das línguas modernas, com a língua latina». «O latim não é um fim, mas um meio para outras disciplinas», recorda. 
Para o Dr. Dionigi, o latim é uma língua em risco de desaparecer, uma língua de poucos, com o risco de parecer um fenómeno mais ideológico que cultural, como um símbolo dos conservadores, e portanto «é necessário dinamitar este preconceito».
Acima de tudo «é necessário restaurar esta língua nos institutos religiosos e nos seminários, porque é impensável que aqueles que chegam ao grau sacerdotal, para os estudos de ética, de teologia…», observou.
«O grande trabalho para esta academia pontifícia, será relacionar o Vaticano com o mundo laico, e em particular com as universidades», concluiu.
 

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