terça-feira, 8 de março de 2011

Os festejos dos 90 anos do PCP

Heduíno Gomes
Passam 90 anos sobre a fundação do PCP. A efeméride deu direito ao dinossauro Domingos Abrantes a dizer das suas na RTP. Este senhor resumiu as características do PCP. Vejamos quais.

I – «Partido da resistência.»
Pois foi, foi o partido da resistência à resistência. Passo a explicar.
Independentemente dos propósitos e opiniões subjectivas dos seus membros, principalmente os mais ingénuos, o PCP foi uma quinta-coluna da União Soviética. Como quinta-coluna foi tratado por governos republicanos e, mais conscientemente, pelo Estado Novo, que realmente resistiu com lucidez a essa quinta-coluna.
Afinal, com o que se sabe hoje, historicamente, quem tinha razão? Os liberais e comunistas ou o Estado Novo, que teve de fazer frente à Comuna da Marinha Grande, à ameaça comunista espanhola e à guerra fria?
Repare-se que, se alguma crítica há a fazer o Estado Novo, é a sua tolerância em relação às formas legais que o PCP utilizou para fazer o seu trabalho de quinta-coluna, como associações-capote, revistas-capote, editoras-capote, etc.
Repare-se também que a correcta intolerância do Estado Novo a esta quinta-coluna soviética foi a mesma que teve em relação à quinta-coluna alemã nazi.
Repare-se ainda que, em relação às forças não-comunistas, o Estado Novo não teve a mesma intolerância. Esse mito do Estado Novo repressor universal caíu.

II – «Partido da implantação da democracia.»
Partido da implantação da democracia… como se implantar a democracia fosse alguma vez um objectivo do seu programa! Como se a «ditadura do proletariado» não fosse o contrário da democracia! Como se não fossem mundialmente conhecidos os gulagues, onde foram exterminadas pessoas em números incomparavelmente superiores aos das vítimas do nazismo! Como se todos nós não tivéssemos o prec na memória! Como se não soubéssemos da oposição do PCP à realização de eleições de 1975!
Não fosse Pires Veloso no Norte e Jaime Neves nos Comandos da Amadora e teríamos hoje em Portugal a completa implantação dessa tal «democracia» à PCP.

III – «Partido da defesa dos trabalhadores.»
Mas que defesa dos trabalhadores?! Aquela do sindicalismo que conduz à falência das empresas e consequente desemprego dos trabalhadores? Aquela que conduziu os trabalhadores à fome em todos os países onde foi implementado o programa do PCP?
Não têm vergonha. Nem coragem tem quem, com o que se sabe hoje do comunismo, para ser politicamente correcto, ainda dá troco à propaganda comunista e aos seus «heróis» «resistentes».

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