sexta-feira, 23 de abril de 2010

Memórias de Portugal respeitado

Luís Soares de Oliveira

Corria o ano da graça de 1962. A Embaixada de Portugal em Washington recebe pela mala diplomática um cheque de 3 milhões de dólares (em termos actuais algo parecido com € 50 milhões) com instruções para o encaminhar ao State Department para pagamento da primeira tranche do empréstimo feito pelos EUA a Portugal, ao abrigo do Plano Marshall.
O embaixador incumbiu-me – ao tempo era eu primeiro secretário da Embaixada – dessa missão.
Aberto o expediente, estabeleci contacto telefónico com a desk portuguesa, pedi para ser recebido e, solicitado, disse ao que ia. O colega americano ficou algo perturbado e, contra o costume, pediu tempo para responder. Recebeu-me nessa tarde, no final do expediente. Disse-me que certamente havia um mal entendido da parte do governo português. Nada havia ficado estabelecido quanto ao pagamento do empréstimo e não seria aquele o momento adequado para criar precedentes ou estabelecer doutrina na matéria. Aconselhou a devolver o cheque a Lisboa, sugerindo que o mesmo fosse depositado numa conta a abrir para o efeito num Banco português, até que algo fosse decidido sobre o destino a dar a tal dinheiro. De qualquer maneira, o dinheiro ficaria em Portugal. Não estava previsto o seu regresso aos EUA.
Transmiti imediatamente esta posição a Lisboa, pensando que a notícia seria bem recebida, sobretudo num altura em que o Tesouro Português estava a braços com os custos da guerra em África. Pensei mal. A resposta veio imediata e chispava lume. Não posso garantir a esta distância a exactidão dos termos mas era algo do tipo: "Pague já e exija recibo". Voltei à desk e comuniquei a posição de Lisboa.
Lançada estava a confusão no Foggy Bottom: – não havia precedentes, nunca ninguém tinha pago empréstimos do Plano Marshall; muitos consideravam que empréstimo, no caso, era mera descrição; nem o State Department, nem qualquer outro órgão federal, estava autorizado a receber verbas provenientes de amortizações deste tipo. O colega americano ainda balbuciou uma sugestão de alteração da posição de Lisboa mas fiz-lhe ver que não era alternativa a considerar. A decisão do governo português era irrevogável.
Reuniram-se então os cérebros da task force que estabelecia as práticas a seguir em casos sem precedentes e concluíram que o Secretário de Estado – ao tempo Dean Rusk - teria que pedir autorização ao Congresso para receber o pagamento português. E assim foi feito. Quando o pedido chegou ao Congresso atingiu implicitamente as mesas dos correspondentes dos meios de comunicação e fez manchete nos principais jornais. "Portugal, o país mais pequeno da Europa, faz questão de pagar o empréstimo do Plano Marshall"; "Salazar não quer ficar a dever ao tio Sam" e outros títulos do mesmo teor anunciavam aos leitores americanos que na Europa havia um país – Portugal – que respeitava os seus compromissos.
Anos mais tarde conheci o Dr. Aureliano Felismino, Director-Geral perpétuo da Contabilidade Pública durante o salazarismo (e autor de umas famosas circulares conhecidas ao tempo por "Ordenações Felismínicas" as quais produziam mais efeito do que os decretos do governo). Aproveitei para lhe perguntar por que razão fizemos tanta questão de pagar o empréstimo que mais ninguém pagou. Respondeu-me empertigado: – "Um país pequeno só tem uma maneira de se fazer respeitar – é nada dever a quem quer que seja".
Lembrei-me desta gente e destas máximas quando há dias vi na televisão o nosso Presidente da República a ser enxovalhado pública e grosseiramente pelo seu congénere checo a propósito de dívidas acumuladas.
Eu ainda me lembro de tais coisas, mas a grande maioria dos Portugueses de hoje nem esse consolo tem.
Estoril, 18 de Abril de 2010



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Outro especialista dá razão ao Cardeal Bertone
ao relacionar pedofilia com a homossexualidade

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O Jornal do Chile publicou na sua edição da sexta-feira, 16 de Abril, um artigo do especialista psicólogo espanhol José María Amenós Vidal com o título "O Cardeal Tarcisio Bertone e a evidência científica que corrobora a relação entre homossexualidade e pedofilia", no qual o perito dá razão ao Cardeal, que afirmou durante a sua visita ao Chile a existência deste vínculo.
Amenós Vidal é licenciado em Psicologia Clínica e Social, está dedicado desde 1984 à docência e investigação na Faculdade de Filosofia e Ciências da Educação da Universidade Central de Barcelona (Espanha), e é Director de Seminários nos Departamentos de Psicologia Geral e Social da Faculdade de Psicologia da mesma.
O artigo foi enviado aos meios de comunicação do Chile, em resposta às desmesuradas críticas e manifestações que se produziram como conseqüência das declarações feitas pelo Secretário de estado em Santiago, e que somente pretendiam constatar uma realidade, explicada por outros peritos como o psiquiatra americano Richard Fitzgibbons, especialista no tratamento de sacerdotes que cometeram abusos contra menores.
O artigo de Amenós explica o reconhecido médico e psiquiatra espanhol, o professor e doutor Aquilino Polaino,considera a homossexualidade como uma patologia mental, do âmbito da psiquiatria, em consonância com um modelo já proposto para a ciência psicológica por Gerard J. M. van den Aardweg, catedrático e psicólogo holandês, que há anos atrás decifrou as chaves desta enfermidade .




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O Presidente da Conferência Episcopal do Chile
expressa firme condenação dos abusos sexuais

O Presidente da Conferência Episcopal do Chile, Dom Alejandro Goic, deu a conhecer esta manhã uma mensagem que os bispos do país do sul emitiram ao finalizar sua 99.° assembleia plenária. No texto animam a todos os sectores do país a trabalhar pela reconstrução e reiteram que "não há lugar no sacerdócio para quem abusa de menores, e não há pretexto algum que possa justificar este delito".
Os bispos do Chile expressam sua adesão à disciplina mostrada ante este complexo tema pelo Papa Bento XVI, a quem ademais expressam seu apoio e solidariedade perante a campanha mediática que pretende apresentá-lo como encobridor quando nunca o foi.



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quinta-feira, 22 de abril de 2010

As tretas dos nossos intelectuais: Lobo Antunes


A TODOS OS HOMENS QUE ESTIVERAM NO ULTRAMAR
(Principalmente em Angola),
E A TODAS AS PESSOAS QUE AINDA ACREDITAM
QUE OS ESCRITORES SÓ ESCREVEM COISAS VERDADEIRAS
E SÃO IMPUNES NA VIDA E NA HISTÓRIA DO PAÍS.

 
António Lobo Antunes e a escrita mentirosa

Custa-me encontrar um título apropriado à escrita de António Lobo Antunes que, podendo ganhar dinheiro com a profissão de médico, prefere a escrita para envergonhar os portugueses. Talvez este início de crónica escandalize quem costume venerá-lo. Eu, por maior benevolência que para com ele queira usar não posso, nem devo. Por várias razões, algumas das quais vou enunciar. Porque não gosto de atirar a pedra e esconder a mão.
Este senhor foi mobilizado como médico, para a guerra do Ultramar. Nunca terá sabido manobrar uma G-3 ou mesmo uma Mauser. Certamente nem sequer chegou a conhecer a estrutura de um pelotão, de uma companhia, de um batalhão. Não era operacional mas bota-se a falar como quem pragueja. Refiro-me ao seu mais recente livro:
João Céu e Silva pode reclamar alguns méritos deste tipo de escrita. Foi o entrevistador e a forma como transpõe as conversas confere-lhe alguma energia e vontade de saber até onde o entrevistado é capaz de levar o leitor. Mas as ideias, as frases, os palavrões, os impropérios, as aldrabices -- sim as aldrabices -- são de Lobo Antunes. Vejamos o que ele se lembrou de vomitar na página 391:
«Eu tinha talento para matar e para morrer. No meu batalhão éramos seiscentos militares e tivemos cento e cinquenta baixas. Era uma violência indescritível para meninos de vinte e um, vinte e dois ou vinte e três anos que matavam e depois choravam pela gente que morrera. Eu estava numa zona onde havia muitos combates e para poder mudar para uma região mais calma tinha de acumular pontos. Uma arma apreendida ao inimigo valia uns pontos, um prisioneiro ou um inimigo morto outros tantos pontos. E para podermos mudar, fazíamos de tudo, matar crianças, mulheres, homens. Tudo contava, e como quando estavam mortos valiam mais pontos, então não fazíamos prisioneiros».
Penso que isto que deixo transcrito da página 391 do seu referido livro, se vivêssemos num país civilizado e culto, com valores básicos a uma sociedade de mente sã e de justiça firme, bastaria para internar este «escriba», porque todo o livro é uma humilhação sistemática e nauseabunda, aos Combatentes Portugueses que prestaram serviço em qualquer palco de operações, além fronteiras.
É um severo ataque à Instituição Militar e uma infâmia aos comandantes de qualquer ramo das Forças Armadas, de qualquer estrutura hierárquica e de qualquer frente de combate. Isto que Lobo Antunes escreve e lhe permite arrecadar «350 contos por mês da editora» (p. 330), deveria ser motivo de uma averiguação pelo Ministério Público. Porque em democracia, não deve poder dizer-se tudo, só porque há liberdade para isso. Essa liberdade que Lobo Antunes usou para enriquecer à custa o marketing que os mass media repercutem, sem remoques, porque se trata de um médico com irmãos influentes na política, ofendeu um milhão de Combatentes, o Ministério da Defesa, uma juventude desprevenida, porque vai ler estes arrotos literários, na convicção de que foi assim que fez a Guerra, entre 1961 e 1974. E ofende, sobretudo, a alma da Portugalidade porque a «aldeia global» a que pertencemos vai pensar que isto se passou na vida real nos finais do século XX.
Fui combatente, em Angola, uns anos antes de Lobo Antunes. Também, como ele fui alferes miliciano (ranger). Estive numa zona muito mais perigosa do que ele: nos Dembos, com operações no Zemba, na Maria Fernanda, em Nuambuangongo, na Mata Sanga, na Pedra Verde, enfim, no coração da guerra. Nunca um militar, qualquer que fosse a sua graduação ou especialidade, atirou a matar. Essa linguagem dos pontos é pura ficção. E essa de fazer cordões com orelhas de preto, nem ao diabo lembraria. E pior do que tudo é a maldade com que escarrou no seu próprio batalhão que tinha seiscentos militares e registou centena e meia de baixas...Como se isto fosse crível.
Se o seu comandante que na altura deveria ser tenente-coronel, mais o segundo comandante, os capitães, os alferes, os sargentos e os soldados em geral, lerem estas aldrabices e não exigirem uma explicação pública, ficarão na história da guerra do Ultramar como protagonistas de um filme que de realidade não teve ponta por onde se lhe pegue.
Em primeiro lugar esta mentira pública atinge esses heróicos combatentes, tão sérios como todos os outros. Porque não há memória de um único Batalhão ter um décimo das baixas que Lobo Antunes atribui àquele de que ele próprio fez parte . É preciso ter lata para fazer afirmações tão graves sobre profissionais que para serem diferentes deste relatório patológico, basta terem a seu lado a Bandeira Portuguesa e terem jurado servi-la e servir a Pátria com honra, dignidade e humanismo.
Não conheço nenhum desses seiscentos militares que acolheram António Lobo Antunes no seu seio e até trataram bem a sua mulher que lhes fez companhia, em pleno mato, segundo escreve nas páginas 249 e 250. Mereciam eles outro respeito e outros elogios. Porque insultos destes ouvimos e lemos muitos, no tempo do PREC. Mas falsidades tão obscenas, nem sequer foram ditas por Otelo Saraiva de Carvalho, quando mandou prender inocentes, com mandados de captura, em branco e até quando ameaçou meter-me e a tantos, no Campo Pequeno para a matança da Páscoa. Estas enormidades não matam o corpo, mas ferem de morte a alma da nossa Epopeia Nacional.
Barroso da Fonte

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P.S. de Cor. Manuel Bernardo
Não li o livro em causa. No entanto, dada a consideração que me merece este Combatente, fundador da Associação dos Combatentes do Ultramar, ousei realçar algumas frases e difundir para maior audiência na net, afim de tentar recolher opiniões de alguns dos 600 militares que este escritor refere... Assim, os "negritos" foram por mim aplicados e são da minha responsabilidade.*
* Lamentavelmente, ao copiar para o blog, as formatações, entre as quais os negritos, desaparecem... Entretanto, por nossa iniciativa, destacámos algumas passagens (N.R.).

Do PortugalClub:
Não li , nem vou perder tempo em ler nenhum livro de autoria desse "Cobardolas Traidor" de nome "antónio lobo antunes"; a entrevista dele á RTP por ocasião do lançamento do 1.º livro dele, meu deu ansias de vómito. Eu Lutei por... , e doei meu suor a minha Pátria Portugal com muita satisfação e orgulho. Escutar ou ler algo que venha de antiportugueses, a mim me dá nojo.

(Textos enviados por Maria de Lourdes Borges de Castro)




Carta aberta ao Presidente da República
apelando à defesa dos valores da família

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Ler em http://moldaraterra.blogspot.com/2010/04/carta-aberta-ao-preseidente-da.html  a carta aberta da Associação Acção Família ao Presidente da República, apelando à defesa dos valores da família.






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terça-feira, 20 de abril de 2010

A portugalização do Bava

 Havia um professor de gestão numa universidade que dizia: Façam por empregar expressões inglesas por tudo e por nada, porque a diferença, na gestão, entre um gestor e um merceeiro, está no Inglês que se debita.

Este Zeinal Bava foi o seu melhor aluno!

Estamos entregues não apenas aos políticos que conhecemos como também aos Bavas.


«Descavaquizar» o PPD-PSD – dizem os coelhistas em privado


Heduíno Gomes

«Descavaquizar o PPD-PSD» – dizem os coelhistas em privado.
De facto é preciso descavaquizar o PPD-PSD.
Tomemos a questão dos valores da Civilização e da família.




Na realidade, o tecnocratismo e o seu amoralismo subjacente não são referências. Contudo, há que considerar que existem pessoas com valores morais mas que, por insuficiência de formação filosófica e política, se encontraram ou se encontram ainda hipnotizadas pelo farolim de Boliqueime. No meio dos cavaquistas existem, pois, pessoas de valores morais. Também é ainda verdade que Cavaco, no capítulo da defesa dos valores morais, não sendo de confiança, como já demonstrou enquanto Primeiro-Ministro e Presidente, não imita propriamente o Louçã ou a ILGA, como faz o Coelho.
É preciso, de facto, descavaquizar o PPD-PSD. Mas descavaquizá-lo para torná-lo um partido de valores civilizacionais, morais e políticos,  ou coelhizá-lo, isto é, abandalhar completamente a sua posição sobre os costumes?
Na realidade, quando os coelhistas falam em mudança, não é para melhor. É, em primeiro lugar, mudança para eles, isto é, mudança para a área do poder. E depois mudança para a total bandalheira nos costumes, no que, ao menos, apesar de não ser de confiança (nunca esquecer!), o cavaquismo não vai tão longe.
A táctica política exige ter presente esta realidade e simultaneamente persistir na defesa intransigente dos valores da Civilização e da família. A nossa flexibilidade táctica na luta política em defesa dos valores não nos deve fazer perder a firme perspectiva estratégica.




A Lei 2105

Açoreano Oriental

Acabemos de vez com este desbragamento, este verdadeiro insulto à dignidade de quem trabalha para conseguir atingir a meta de pagar as contas no fim do mês.
Corria o ano de 1960 quando foi publicada no “Diário do Governo” de 6 de Junho a Lei 2105, com a assinatura de Américo Tomaz, Presidente da República, e do Presidente do Conselho de Ministros, Oliveira Salazar. Conforme nos descreve Pedro Jorge de Castro no seu livro Salazar e os Milionários, publicado pela Quetzal em 2009, essa lei destinou-se a disciplinar e moralizar as remunerações recebidas pelos gestores do Estado, fosse em que tipo de estabelecimentos fosse. Eram abrangidos os organismos estatais, as empresas concessionárias de serviços públicos onde o Estado tivesse participação accionista, ou ainda aquelas que usufruíssem de financiamentos públicos ou “que explorassem actividades em regime de exclusivo”. Não escapava nada onde houvesse investimento do dinheiro dos contribuintes.
E que dizia, em resumo, a Lei 2105?
Dizia que ninguém que ocupasse esses lugares de responsabilidade pública podia ganhar mais do que um Ministro.
Claro que muitos empresários andaram logo a espiolhar as falhas e os buraquinhos por onde a 2105 pudesse ser torneada, o que terão de certo modo conseguido devido à redacção do diploma, que permitia aos administradores, segundo transcreve o autor do livro, “receber ainda importâncias até ao limite estabelecido, se aos empregados e trabalhadores da empresa for atribuída participação nos lucros”.
A publicação desta lei altamente moralizadora ocorreu no Estado Novo de Salazar, vai dentro de 2 meses fazer 50 anos. Catorze anos depois desta lei “fascista”, em 13 de Setembro de 1974 (e seguindo sempre o que nos explica o livro de Pedro Castro), o Governo de Vasco Gonçalves, recém-saído do 25 de Abril, pegou na ambiguidade da Lei 2105 e, através do Decreto Lei 446/74, limitou os vencimentos dos gestores públicos e semi-públicos ao salário máximo de 1,5 vezes o vencimento de um Secretário de Estado.
Vendo bem, Vasco Gonçalves, Silva Lopes e Rui Vilar, quando assinaram o 446/74, passaram simplesmente os vencimentos dos gestores do Estado do dobro do que ganhava um Ministro para uma vez e meia do que ganhava um Secretário de Estado. O Decreto-Lei justificava a correcção pelo facto da redacção pouco precisa da 2105 permitir “interpretações abusivas” permitindo “elevados vencimentos e não menos excessivas pensões de reforma”.
Ao lermos esta legislação hoje, dá a impressão que se mudou, não de país, mas de planeta, porque isto era no tempo do “fascismo” (Lei 2105) ou do “comunismo” (Dec. Lei 446/74).
Agora, é tudo muito melhor, sobretudo para os reis da fartazana que são os gestores do Estado dos nossos dias. Não admira, porque mudando-se os tempos, mudam-se as vontades, e onde o sector do Estado pesava 17% do PIB no auge da guerra colonial, com todas as suas brutais despesas, pesa agora 50%. E, como todos sabemos, é preciso gente muito competente e soberanamente bem paga para gerir os nossos dinheirinhos.
Tão bem paga é essa gente que o homem que preside aos destinos da TAP, Fernando Pinto, que é o campeão dos salários de empresas públicas em Portugal (se fosse no Brasil, de onde veio, o problema não era nosso) ganha a monstruosidade de 420 000 euros por mês, um ”pouco” mais que Henrique Granadeiro, o presidente da PT, o qual aufere a módica quantia de 365 000 mensais. Aliás, estes dois são apenas o topo de uma imensa corte de gente que come e dorme à sombra do orçamento e do sacrifício dos contribuintes, como se pode ver pela lista divulgada recentemente por um jornal semanário, onde vêm nomes sonantes da nossa praça, dignos representantes do despautério e da pouca vergonha a que chegou a vida pública portuguesa.

Assim – e seguindo sempre a linha do que foi publicado – conhecem-se 14 gestores públicos que ganham mais de 100000 euros por mês, dos quais 10 vencem mais de 200 000. O ex-governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, o mesmo que estima à centésima o valor do défice português, embora nunca tenha acertado no seu valor real, ganhava 250 000 euros/mês, antes de ir para o exílio dourado de Vice-Presidente do Banco Central Europeu. Não averiguei quanto irá vencer pela Europa, mas quase aposto que não será tanto como ganhava aqui na santa terra lusitana. Entretanto, para poupar uns 400 milhões nas deficitárias contas do Estado, o governo não hesita em cortar benefícios fiscais a pessoas que ganham por mês um centésimo, ou mesmo 200 e 300 vezes menos que os homens (porque, curiosamente, são todos homens…) da lista dourada que o Sol deu à luz há pouco tempo. Curioso é também comparar este valores salariais com os que vemos pagar a personalidades mundiais como o Presidente e o Vice-Presidente dos EUA, os Presidentes da França, da Rússia, e…de Portugal.
Acabemos de vez com este desbragamento, este verdadeiro insulto à dignidade de quem trabalha para conseguir atingir a meta de pagar as contas no fim do mês. Não é preciso muito, nem sequer é preciso ir tão longe como o DL 446 de Vasco Gonçalves, Silva Lopes e Rui Vilar: basta ressuscitar a velhinha, mas pelos vistos revolucionária Lei 2105, assinada há 50 anos por Oliveira Salazar. Que tristeza!

IMAGENS: Henrique grana mete no bolso e Vítor constante no tacho.



Dos EUA a Cracóvia com cinco escalas,
para estar no funeral de Kaczynski

Nélson Pereira, na Polónia
Mikhail Saakachvili foi o último a aterrar em Cracóvia ontem para o funeral de Lech Kaczynski. Para chegar à Polónia, vindo dos EUA, fez escala em cinco países. Chegou já no fim da missa fúnebre na Basílica de Santa Maria, mas não queria faltar ao funeral do homem que em Agosto de 2008 voou para Tbilissi para demonstrar o seu apoio à Geórgia no momento mais agudo do conflito na Ossétia do Norte.
Chegou a tempo de apresentar condolênciaa à família.
O Presidente georgiano, que se encontrava em visita aos EUA, fez a primeira escala em Portugal, de onde voou para a Itália, depois para a Turquia, em seguida para a Bulgária e mais tarde para a Roménia, de onde conseguiu finalmente tomar um avião para a Polónia.
 
Uma maratona que só foi igualada ...pela mulher de Saakachvili, Sandra Roelofs. A Primeira-dama conduziu 13 horas seguidas para chegar de automóvel de Bruxelas, onde se encontrava, a Cracóvia.
Após a morte trágica do Chefe de Estado polaco, Saakachvili condecorou Lech Kaczynski com o título de Herói Nacional da Geórgia.
O rei de Marrocos aterrou em Cracóvia num CESNA, o chefe do Parlamento Europeu, o polaco Jerzy Buzek, fez a viagem de carro, o Presidente alemão de helicóptero.







A Primeira-dama georgiana.
Constituiu surpresa não haver no funeral de Lech Kaczynski representantes da UE, enquanto outros chefes de Estado se deslocaram de mais longe.





segunda-feira, 19 de abril de 2010

Depois falem do Alberto João Jardim...

Após a catástrofe no Funchal, a recuperação.

Pode ampliar as imagens clicando nelas  ]





Jornalista brasileiro compara democracia e ditadura

 Luís Carlos Prates, o jornalista brasileiro gaúcho, conhecido pela sua frontalidade, compara na televisão, sem papas na língua, a actual democracia brasileira e o período da ditadura militar naquele país. Situação paralela à portuguesa, com uma diferença: em Portugal havia um regime civil e constitucional. Veja... Clique sobre a imagem...







Bravo, Inês Pedrosa! Bravo!!!


Só há pedófilos entre os padres?

Inês Pedrosa

 

Dos políticos pedófilos é proibido falar. Bendita prescrição.

Há uma coisa que eu nunca poderei perdoar aos políticos: é deixarem sistematicamente sem argumentos a minha esperança", Miguel Torga, "Diário", 14 de Novembro de 1985.

De repente, parece que o crime de pedofilia é um exclusivo dos sacerdotes da Igreja Católica. Não haverá pedófilos em nenhuma outra religião? E que dizer das religiões -- como o islamismo, em diversos países do Médio Oriente -- que não só pactuam como aprovam o casamento forçado de meninas com velhos? Ou o crime de pedofilia, desde que consignado pela lei, deixa de ser crime?

Critica-se o Vaticano por não fazer um acto de contrição suficientemente claro quanto aos crimes dos seus membros. Não entendo porque teria a Igreja de pedir desculpa por crimes que nada têm que ver com a instituição enquanto tal. A religião católica condena a pedofilia, como aliás todos os crimes contra as pessoas, sem olhar a credos ou raças. Nem todas as religiões defendem os direitos humanos em absoluto -- mas a Igreja Católica do século XXI defende-os. A história é um longo estendal de crimes imperdoáveis -- se nos fixarmos nela, não encontraremos um só período, até ao século XX, em que as pessoas tenham sido consideradas todas igualmente dignas. Ainda hoje, em largas partes do mundo, as mulheres, as crianças ou os pertencentes a etnias diferentes da maioritária são tratados como lixo. A famosa Grécia Antiga era um território de senhores e escravos e uma civilização que oprimia barbaramente as mulheres. Sempre que se fala de pedofilia surgem conversas tão eruditas quanto insidiosas sobre as relações íntimas de aprendizagem entre homens e rapazinhos na Grécia Antiga -- como se as iluminações mentais de uma plêiade de filósofos pudessem justificar o injustificável. O brilhantismo de Heidegger não chega para perdoar o nazismo -- antes pelo contrário: é importante pensarmos como pode uma cultura subir tão alto e descer tão baixo em simultâneo. A cultura alemã, como a civilização grega, são excelentes campos de análise sociológica, política e filosófica. Como puderam os espíritos criadores da ideia democrática de polis considerar a cidadania como um privilégio dos supostamente mais aptos? De que modos não vigora ainda hoje este entendimento do mundo?

A mensagem de Cristo é precisamente a oposta -- e se é verdade que a Igreja Católica tem um modo hierárquico e ostentatório de ser e de viver que em nada se coaduna com o modo de viver de Cristo ou a palavra dos Evangelhos, não é menos verdade que é ela quem hoje está, muitas vezes só, junto dos desvalidos. Se assumisse a culpa pelos crimes de pedofilia de um conjunto dos seus elementos, a Igreja estaria a sujar a imagem desses seus outros milhares de padres que se entregam a tornar felizes os que nada têm.

Entretanto o julgamento da pedofilia na Casa Pia eterniza-se. Esta semana surgiu a notícia de que uma das vítimas, transformada em mera testemunha porque os abusos de que foi alvo já prescreveram, ameaçou fazer justiça pelas suas próprias mãos contra os arguidos. Notícia sem alarde -- talvez porque o presumível autor dos crimes de pedofilia já prescritos é, segundo o "Diário de Notícias", uma "figura do Estado", cujo nome o Tribunal impede que se revele. Não entendo porque razão hão-de prescrever estes crimes -- nem, aliás, quaisquer outros. A pedofilia é um crime que se exerce sobre crianças, ou seja, seres frágeis e totalmente desprovidos de poder. É um crime de que a vítima muitas vezes acaba por se sentir cúmplice, e que afecta irreversivelmente a sua identidade e a sua vida. A prescrição, em particular neste crime, representa conivência da lei com o criminoso. A mensagem é a de que, passado um tempo, não há sequelas nem razão para se falar de crime. A revolta desta vítima remetida à brutalidade do papel de testemunha é a prova de que assim não é - e o silêncio obrigatório em torno da "figura do Estado" demonstra quem e o quê está a proteger a Lei: o poder e os poderosos. As ameaças da vítima foram relatadas ao procurador pelo próprio psiquiatra, que teve a coragem de enfrentar o paciente e avisá-lo de que o iria fazer (condição necessária para a quebra do sigilo profissional). Se todos os psiquiatras tivessem esta coragem, haveria certamente menos crimes. Mas enquanto se admitir a prescrição deste crime tenebroso, os pedófilos continuarão impunes. E a culpa não é da Igreja -- é dos políticos, que fazem leis para proteger, antes de mais, os seus correligionários. Não há pedófilos e pedófilos: todos são criminosos. É mais que tempo de sairmos da Grécia Antiga.

(Texto publicado na edição do Expresso de 10 de Abril de 2010)









A falta de profissionalismo e mentiras
da Associated Press

A falta de profissionalismo e mentiras da Associated Press:

http://moldaraterra.blogspot.com/2010/04/falta-de-profissionalismo-e-mentiras-da.html







domingo, 18 de abril de 2010

Um anónimo comentou...

Heduíno Gomes

QUE FAZER COM JUÍZES MAUS E MARADOS?

Um anónimo comentou o texto sobre o juíz espanhol Baltasar Garzón:
«Os ETArras também devem estar muito contentes...»
Provavelmente os ETArras, tal como eu, também estarão muito contentes.
Os ETArras terão as suas razões. Eu tenho as minhas.
Sejamos claros. O que está em causa?
Se o anónimo quer uma condenação do terrorismo, aqui vai ela. Mas não é a luta antiterrorista que está em causa. Por aí não vai lá.
O que está em causa é (1) o exercício normal da justiça, (2) o exercício normal da justiça em Espanha e (3) a legitimidade de um espanhol se armar em justiceiro mundial.
1 -- Sobre o exercício normal da justiça, sublinhe-se à partida que não se põe em causa o poder judicial. Mas toda a gente sabe que nenhum sector da vida social está livre de ter admitido nas suas hostes gente má e marada, e também gente que pretende utilizar os seus poderes para se tornar vedeta ou impor as suas concepções políticas. Nas magistraturas também não. O habitat jurídico natural desses magistrados maus e marados seria um regime nazi ou comunista, onde as suas prepotências seriam naturalmente aceites. É o caso do sujeito. Magistrados destes apenas deixam ficar mal a magistratura.
2 -- Sobre o exercício normal da justiça em Espanha, pelos vistos, o Supremo Tribunal espanhol também não a entende como o sujeito. Estará esse tribunal feito com o terrorismo dos ETArras? Pense lá nisso...
3 -- Sobre a legitimidade de um espanhol se armar em justiceiro mundial, alto lá!!! Mau, marado, canhoto e espanhol?! Só por cima do meu cadáver!


Roland Freisler, presidente da Corte Popular (no centro) e outros juízes fazendo a saudação nazi no tribunal da Corte Popular.









Andrei Vichinski (1883-1954)

Russo, menchevique, assinou a ordem de prisão de Lenin em 1917. Em 1936 foi nomeado Procurador-Geral, figura central nos célebres processos de Moscovo.