sábado, 19 de dezembro de 2009

Carta entreaberta ao Prof. Marcelo

João José Brandão Ferreira

Na sua prédica domingueira, do passado dia 13 de Dezembro, o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa (MRS), contemplou nas suas «escolhas» o meu mais recente livro Em Nome da Pátria. E neste acto de mostrar o livro é que a coisa passou a inusitada.
De facto MRS não se limitou a mostrar a capa do livro mas a tecer considerações que nunca o havíamos visto fazer a nenhuma das centenas de obras que já deu a conhecer.
Pese embora a falta de equidade para com os restantes autores - um pecadilho para a sua qualidade de jurista - eu só teria a agradecer a distinção se ela não fosse eivada de descortesia. Estamos, pois, em face de uma discriminação negativa que exige algum contraditório.
Que disse então MRS? Basicamente três coisas: que não concordava com o conteúdo do livro; apelida o autor de «radical de direita» e que, apesar de tudo, o livro também «tem lugar aqui, isto é um programa pluralista».
MRS é livre de ter as opiniões que entender e também de as dar a conhecer ou guardar para si. Ao contrário do que fez, porém, relativamente à esmagadora maioria dos livros que exibe, deste quis dizer que não concorda, o problema sendo, que toda a gente ficou sem saber com o quê, dado não ter referido sequer do que é que o livro trata. Ou seja, é uma recusa literal da obra.

Afirmar que o seu programa é pluralista (era suposto não ser?), parece um pleonasmo. Eu julgava, mesmo sem ser matemático, que tal era um axioma, isto é, não carecia de demonstração. Assim passou a carecer...


Não, o que MRS, lá no seu íntimo, quis dizer aos espectadores era que o livro era tão (?), que estaria nas barbas do pluralismo...
Teria sido mais honesto e menos ínvio, ignorar o livro, que nada o obrigava a trazer à colação.
Mais grave se apresenta a adjectivação de «radical de direita».
Não quero maçar ninguém com os diferentes significados que tem o termo «radical». É incontroverso que ele foi aplicado na sua vertente política o que me classifica entre os adeptos do «radicalismo». Ora o radicalismo em ciência política é o sistema político que "pretende reformas absolutas e profundas na organização social". Não parecendo ser isto,também, o que MRS quis dizer - ele o desmentirá se for o caso -- só resta a hipótese do comentador me querer remeter para aquilo que a vox populi entende por radical, isto é, extremista, fundamentalista, etc. Foi ou não foi, Professor?
Quanto ao termo «direita» (dextra) estou certo, também, que MRS não quis atribuir-me o epiteto de «pessoa recta», mas sim colocar-me entre as forças políticas, que se sentam à direita do presidente do parlamento (o que tem origem na Revolução Francesa).
Ou seja, MRS quis rotular-me como estando na extrema do leque partidário da AR (que por caso acaba ao centro...).

Julgo, porém, menos apropriado, que um distinto professor universitário, e proclamado democrata, venha dizer na televisão de uma pessoa que ele não conhece, que não tem filiação partidária, e não está presente para se defender, que ele é «radical de direita». E substituindo com isso a critica ao livro com um anátema sobre o autor...

Será que o título do livro, que nem sequer pronunciou, lhe queima os lábios? Será que algo no conteúdo lhe faz doer, nalgum lado?

Alguma coisa será, de outro modo não me teria dispensado segundos preciosos do seu apertado tempo de antena.
Tudo somado e pela sua prestação, dou-lhe três valores, um por cada questão que levantou. Nos meus tempos de estudante, tal equivalia a um reprovativo «Mau».
14.12.2009
João José Brandão Ferreira

A vida voltou a sorrir a Aníbal Cavaco Silva

João Miguel Tavares, DN
Só mesmo o pandemónio em que está transformada a actual legislatura conseguiria fazer Cavaco Silva regressar tão rapidamente do reino dos mortos. Há três meses, ele estava enfiado até ao pescoço na maior trapalhada envolvendo um Presidente da República desde os tempos do PREC. Há dois meses, teve uma intervenção pública que bateu todos os recordes de atabalhoamento e infelicidade semântica. Há um mês, a sua popularidade caía a pique em todos os barómetros e metade da pátria jurava que a sua reeleição estava em risco. Actualmente, Cavaco até se dá ao luxo de renomear Fernando Lima para a sua Casa Civil sem que o País lhe desabe em cima - como, efectivamente, ele merecia.

Nada como uma boa crise, um défice galopante, um primeiro-ministro a braços com mais um «caso» e um Parlamento em delírio para Cavaco recuperar a sua pose professoral e o papel de guardião de um mínimo de sanidade política. A sua estratégia pós-Lima parecia óbvia: fechar as portas e as janelas do Palácio de Belém e aparecer apenas a picar o ponto em ocasiões protocolares e prestigiantes (tipo assinatura do Tratado de Lisboa). Dentro da boa tradição portuguesa, boca calada, popularidade assegurada, e Cavaco deixaria assim que a passagem do tempo tratasse de sarar as feridas abertas pelos encontros de Fernando Lima com a comunicação social nos cafés da Avenida de Roma. Mas a minoria do PS e tudo o que se lhe seguiu foram uma espécie de banho de mercurocromo sobre um corpo em chagas, do qual o Presidente da República está a sair milagrosamente cicatrizado.
Agora, até se chega à suprema ironia de ser o PS, que tanto apreciava o seu silêncio, vir a terreiro exigir que Cavaco desça da «torre de marfim» (palavras de António Vitorino) e faça ouvir a sua voz, para pôr ordem na Assembleia da República. Percebe--se o desespero: o único truque que Sócrates e o PS poderiam ter na manga - provocar eleições antecipadas na esperança de uma segunda maioria absoluta - esfumou-se por completo com o caso «Face Oculta» e os terríveis números do défice. Ainda que toda a oposição se unisse malvadamente para derrubar o Governo, ninguém hoje acredita que Sócrates conseguisse melhor resultado do que o de Setembro.
Donde, Cavaco passou subitamente a ser o único homem capaz de impor um mínimo de respeito, por mais fragilizada que fosse a sua anterior posição. É como ter uma pequena lanterna no bolso durante um apagão -- pode alumiar pouco, mas ainda assim é a única coisa que consegue apontar caminho. Não admira que Manuel Alegre tenha voltado a marcar jantares com os seus amigos. O papel reforçado de Cavaco é uma péssima notícia para si e uma machadada nos seus sonhos presidenciais.


A família segundo a malta de Hollywood


A cultural revista Notícias TV (20 de Novembro) informa-nos que
Artur Albarran viveu um romance fugaz no início da década de 80 com Maria Elisa...
Casou com Teresa P. L., de quem tem um filho, A., de 26 anos.
Em 1986 voltou a casar com Isabella J., de quem tem uma filha, C., de 20 anos.
De Paula C., ... tem uma filha, F., de 15 anos.
L., de 10 anos, e L., de 8, são filhas da ainda mulher, Lisa H., ...
M., de 5 anos, é fruto da sua relação com a sua actual companheira, Sandra N.

Baralhei ou esqueci-me de alguém? Desculpa lá, ó Artur!

Como é que aqueles que escolhem, programam e produzem programas para as televisões hão-de torná-las educativas para as famílias, para os jovens, para as crianças?

O que é a globalização?

Enviado por M. L. B. Castro
Pergunta: Qual é a mais correcta definição de Globalização?
Resposta: A morte da Princesa Diana.
Pergunta: Porquê?
Resposta:
Uma princesa inglesa
com um amante egípcio,
que tem um acidente num túnel francês
dentro de um carro alemão
com motor holandês
funcionando com petróleo saudita
refinado na Áustria,
conduzido por um belga
bêbado de whisky escocês,
que era perseguido por paparazzis italianos
em motos japonesas,
tratada por um médico canadiano
que usou medicamentos brasileiros.
E isto é-te enviado por um português
a partir de um computador internacional Magalhães
usando tecnologia americana,
comprado a um membro de etnia cigana
por 5 euros.
E tu estás a ler num computador genérico
com certificado da União Europeia
e manual em inglês técnico traduzido pelo Sócrates,
que usa chips made in Taiwan,
e um monitor coreano
montado por trabalhadores de Bangladesh,
numa fábrica de Singapura
respeitando as emissões de CO2 de Copenhague,
transportado em camiões conduzidos por indianos,
roubados por indonésios,
descarregados por pescadores sicilianos,
reempacotados por espanhóis (é o que sabem fazer)
e, finalmente, vendido por chineses,
através de uma conexão russa.
Isto é, caros amigos,
a GLOBALIZAÇÃO !!!



sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O merecido exílio dourado



Como prémio pela sua reconhecida competência, visível nas previsões acertadas que faz (sendo de destacar a "previsão" para "défice" orçamental de 2005 com precisão até à centésima da célebre Comissão Constâncio),  na diligente atenção com que evitou  abusos nas instituições bancárias que supervisiona, o Sr. Dr. Constâncio é candidato a vice-presidente do BCE.

Mais um motivo de "orgulho" para Portugal, a juntar ao José Manel, ao Sr. Dr. Lopes da Mota, ao Sr. Dr. Cunha Rodrigues, ao Sr. Eng. Ferro Rodrigues, só para mencionar alguns. Não é pois surpresa que haja uma percepção de Portugal no estrangeiro como país em que a «ética republicana» é Lei e a «fraternidade maçónica» a Regra.

O Sr. Prof. Silva não deixa de apoiar mais uma candidatura de uma pessoa "extremamente competente"[1] na órbita da maçonaria/PS. É a sempre presente «cooperação estratégica»...

João Louro

[1] - http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=400353

«(...)O Presidente da República classificou como "muito positiva" a candidatura do governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, ao cargo de vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE).

Cavaco Silva fez este breve comentário no Hospital Conde Ferreira, Porto, depois de concluir o segundo e último dia da terceira jornada do Roteiro para a Juventude, em resposta a perguntas dos jornalistas.

"É extremamente competente", afirmou mais tarde, ao terminar uma visita ao Sea Life (Oceanário do Porto), quando os jornalistas lhe pediram que desenvolvesse o seu pensamento sobre o assunto.

"Espero bem que a decisão final vá no sentido da sua escolha", acrescentou, sublinhando o conhecimento que tem da personalidade do actual governador do Banco de Portugal, uma pessoa que, disse, tratar por "tu" e que conhece desde os tempos da faculdade.(...)»

A traição avança a Alta Velocidade



O tal comboio que nos vai ligar à Alta Velocidade Europeia, mas que não tem qualquer plano para ir a lado nenhum que não Madrid, já está a começar a drenar o pouco financiamento que Portugal ainda possa captar no estrangeiro. Para além do desastre do projecto em si, seja em termos geopolíticos, seja em termos económicos, seja em termos de finanças públicas, temos que somar o factor "eucalipto": Esse projecto vai encarecer todos os restantes financiamentos para outros projectos, públicos ou privados em Portugal. Castela sorri...

Que dizer da "capacidade" das empresas portuguesas que um administrador da RAVE[1] refere na defesa de mais um "investimento" público, que vai de uma vez por todas "modernizar" o país? Entre os participantes deste consórcio vencedor[2] está a Iridium Concesiones de Infraestructuras S.A. e a Dragados S.A., empresas genuinamente lusas e cuja participação nos lucros é desconhecida.

Mas o verdadeiramente curioso na notícia é a redução de custos. Menos 900 M€ em relação ao projecto inicial... deve ser esta a forma de vender esse desastre: É um mau negócio, não é barato, mas é mais barato do que anunciado previamente. E mesmo esta "prenda" é virtual: logo começarão as derrapagens do costume. A questão torna-se ainda mais premente quanto se constata que numa primeira fase o actual vencedor tinha a proposta mais cara[3].

Será que vale a pena falar dos milhares e milhares de postos de trabalho que supostamente serão criados por este "investimento"?
Certamente juntar-se-ão aos outros milhares criados com todas as autoestradas e outras obras públicas que têm sido feitas e que resultaram na taxa de desemprego superior a 10% que temos actualmente...

João Louro


[1] - http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=400349
«(...)Durante a cerimónia, Carlos Fernandes, administrador da Rede Ferroviária de Alta Velocidade (RAVE), já tinha sublinhado que tanto a proposta da ELOS, que ganhou a concessão, como a outra finalista, do consórcio Altavia Alentejo, liderado pela Mota-Engil, eram "excelentes", dos pontos de vista "técnico e financeiro".

O mesmo administrador da RAVE elogiou ainda a "capacidade" demonstrada pelas empresas portuguesas no âmbito deste concurso do TGV.(...)

De acordo com os dados da RAVE, desde Dezembro de 2005 até Junho deste ano, foi possível reduzir em "cerca de 40 por cento" os custos estimados para a concessão do troço de AV Poceirão-Caia, numa extensão de 165 quilómetros.

Em 2005, o troço estava orçado em 2.260 milhões de euros, acabando por ser a sua concessão adjudicada por 1.359 milhões de euros, o que significa "menos 900 milhões de euros", disse o administrador Carlos Fernandes. (...)»

[2] - http://www.rave.pt/tabid/232/ItemID/271/View/Details/Default.aspx

«(...)Concorrente n.º 1 - Agrupamento "ELOS - Ligações de Alta Velocidade", constituído por: Brisa Auto-Estradas de Portugal S.A.; Soares da Costa Concessões SGPS, S.A.; Soares da Costa S.A.; Iridium Concesiones de Infraestructuras S.A.; Dragados S.A.; Lena Concessões e Serviços, SGPS, S.A.; Lena Engenharia e Construções, S.A.; Bento Pedroso Construções S.A.; Odebrecht, Investimentos em Concessões Ferroviárias, SGPS, S.A.; Edifer - Construções Pires Coelho & Fernandes, S.A.; Edifer - Desenvolvimento de Negócios, S.A.; Zagope - Construções e Engenharia, S.A.; Zagope SGPS, Lda.; Banco Millenium BCP Investimento, S.A.; Caixa Geral de Depósitos, S.A.(...)»

[3] - http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1398628

«(...)Os três consórcios com propostas para construção do troço Lisboa/Poceirão da rede de Alta Velocidade apresentaram projectos com custos de construção entre 1870 milhões de euros, do consórcio liderado pela FCC, e os 2310 milhões de euros, do consórcio co-liderado pela Brisa e pela Soares da Costa.(...)»

«Casamento» homossexual:
dez razões para um referendo

Pedro Pestana Bastos
Público, 14-12-2009
As sondagens efectuadas até hoje indicam que os portugueses
maioritariamente são a favor do referendo

1.Sabia que não existe um único país no mundo onde o casamento entre pessoas do mesmo sexo tenha sido instituído sem que não esteja igualmente consagrado o acesso à adopção por casais homossexuais?

2. Sabia que um estudo da CESOP (Universidade Católica) revela que mais de 40 por cento dos eleitores que se consideram simpatizantes do PS declaram-se contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo?

3. Sabia que as sondagens efectuadas até hoje indicam que os portugueses maioritariamente são a favor de um referendo sobre a matéria e contra a redefinição do conceito de casamento?
4. Sabia que existem organizações de promoção de direitos dos homossexuais que não defendem a redefinição do conceito de casamento?
5. Sabia que as questões concretas que são reclamadas pelos homossexuais têm várias soluções jurídicas, maioritárias no mundo ocidental, e que não passam pela necessidade de redefinição do conceito de casamento?
6. Sabia que, nos estados americanos da Califórnia e do Maine, o casamento entre pessoas do mesmo sexo já foi permitido no passado, tendo as normas jurídicas que permitiam o casamento entre pessoas do mesmo sexo sido posteriormente revogadas?

7. Sabia que, já este mês, o Senado do Estado de Nova Iorque debateu e chumbou, por mais de 60 por cento dos votos, uma proposta de lei que tinha como objecto o alargamento do casamento a pessoas do mesmo sexo?
8. Sabia que, no Senado de Nova Iorque, os republicanos são uma minoria, e que, para além dos republicanos, também um em cada quatro dos senadores democratas votou contra a proposta que iria permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo?

9. Sabia que, nos EUA, já foram efectuados 31 referendos em diferentes estados, em que a população foi chamada a pronunciar-se sobre a redefinição do casamento entre pessoas do mesmo sexo?

10. Sabia que, nos 31 referendos realizados em todos eles, sem excepção, as populações rejeitaram a redefinição do conceito de casamento e a instituição do casamento homossexual?

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Recolha de medula para o Afonso


O Afonso vai precisar de transplante de medula óssea e temos de encontrar um dador compatível.
Contacte a pessoa que centraliza a informação sobre a recolha.
email:
carlos88@macau.ctm.net

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Marina Rossell interpreta «Els segadors»

«Els segadors», canção tradicional catalã do século XVII que se tornou o seu Hino Nacional, apresenta-se em várias interpretações, oficiais ou de artistas. Apresentamos aqui uma delas, que consideramos particularmente conseguida, na voz de Marina Rossel. Para ouvir, carregue AQUI. Pode seguir a letra ou a tradução em português em artigo publicado anteriormente.

Sapatos Rotos

[clique na imagem para descarregar a apresentação]

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O palhaço

Mário Crespo, Jornal de Notícias

O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco.
E diz que não fez nada.

O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.

O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso.

O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes.

Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si.

O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos.


Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos.

O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos.
O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas.

O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém.

Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem.

O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositates. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público.

E quando se vê que roubu, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.

Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.

O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal.

Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço.

Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.

Ou nós, ou o palhaço.

A ideia de independência da Catalunha
conquista 94,71% dos catalães

Segundo a agência Lusa, a independência da Catalunha em relação ao Estado espanhol foi defendida pela quase totalidade dos eleitores (94,71 %) que votaram em 166 municípios daquela região numa consulta não vinculativa.
Segundo a Coordenadora Nacional das consultas, os resultados justificam que o parlamento regional convoque um referendo vinculativo sobre o tema para 25 de Abril próximo.
A Coordenadora Nacional confirmou terem participado cerca de 30 por cento dos 700 mil eleitores que podiam votar nos locais onde foi realizada a consulta.
Essa Iniciativa Legislativa Popular teria como objectivo a convocatória para um referendo de auto-determinação, vinculativo e em toda a Catalunha, a realizar no próximo 25 de Abril.

Além da sociedade civil, as consultas de hoje contaram com o apoio formal de cinco partidos catalães (CDC, ERC, ICV, CUP e Reagrupament).
A cada um dos eleitores foi perguntado se «está de acordo que a nação catalã se converta num Estado de Direito independente, democrático e social integrado na União Europeia».
Em 7 de Junho comemora-se a revolta dos ceifeiros (Els segadors em catalão) ocorrida na Catalunha em 1640, contra a política de Filipe IV, III de Portugal. A independência formal da Catalunha só ocorrerá em Janeiro do ano seguinte, mas este dia marca a revolta que levará à secessão formal.


Hino da Catalunha


Els Segadors --- Hino de Catalunha




Catalunya, triomfant,

tornarà a ser rica i plena!

Endarrera aquesta gent

tan ufana i tan superba!


Bon cop de falç!

Bon cop de falç, defensors de la terra!

Bon cop de falç!


Ara és hora, segadors!

Ara és hora d'estar alerta!

Per quan vingui un altre juny

esmolem ben bé les eines!


Bon cop de falç!

Bon cop de falç, defensors de la terra!

Bon cop de falç!


Que tremoli l'enemic
en veient la nostra ensenya:

com fem caure espigues d'or,

quan convé seguem cadenes!


Bon cop de falç!

Bon cop de falç, defensors de la terra!

Bon cop de falç!

(Tradução)


Catalunha, triunfante,

tornará a ser rica e plena!

Por detrás desta gente

tão ufana e tão soberba!


Bom golpe de foice!

Bom golpe de foice, defensores da terra!

Bom golpe de foice!


Agora é hora, segadores!

Agora é hora de estar alerta!

Para quando chegar o outro junho

amolem bem as ferramentas!

.............


Que trema o inimigo

mostraremos a nossa badeira:

como fazemos cair as espigas de ouro,

quando convém ceifamos correntes!

.............